Nos últimos anos, médicos e pesquisadores têm observado um aumento alarmante nos casos de câncer colorretal em pessoas com menos de 50 anos. Enquanto os diagnósticos em idosos têm caído graças a exames de rotina como a colonoscopia, a incidência entre jovens adultos cresceu significativamente, sem uma explicação clara. Agora, um grupo internacional de cientistas está investigando uma hipótese surpreendente: uma toxina produzida por uma bactéria comum no intestino humano poderia estar danificando o DNA e desencadeando esses tumores precoces.
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Em estudo publicado na revista Nature, pesquisadores da Universidade de Princeton (EUA), da Universidade de Trento (Itália) e de outras instituições identificaram a Escherichia coli produtora da toxina colibactina como possível culpada. Essa substância, já conhecida por causar quebras no DNA, foi encontrada em quantidades elevadas em amostras de tumores colorretais de pacientes jovens.
« Descobrimos que a colibactina age como um ‘criminoso molecular’ », explica uma das autoras. « Ela deixa marcas específicas no genoma, que agora podemos rastrear como uma assinatura. »
Dados que assustam
Nos EUA, o câncer colorretal é a principal causa de morte por câncer em homens abaixo dos 50 anos e a segunda em mulheres na mesma faixa etária. No Brasil, o INCA (Instituto Nacional de Câncer) também registra aumento similar, ainda que menos documentado.
Próximos passos
As pesquisas agora buscam:
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Confirmar se a toxina é de fato um fator determinante (e não apenas um marcador).
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Desenvolver formas de bloquear sua ação, possivelmente com probióticos ou medicamentos.
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Identificar se dietas ou hábitos modernos (como uso excessivo de antibióticos) favorecem bactérias produtoras de colibactina.
Enquanto isso, especialistas recomendam:
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Atenção a sintomas como sangramento retal ou mudanças persistentes no hábito intestinal.
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Discussão com médicos sobre antecipação de exames se houver histórico familiar.