Saúde/Doenças respiratórias na China: o que sabemos sobre esta nova epidemia que está a preocupar a OMS?

As autoridades chinesas atribuem este aumento das doenças respiratórias, em especial, ao levantamento das restrições sanitárias anti-Covid.

Organização Mundial de Saúde (OMS) está preocupada com o aumento dos casos de doenças respiratórias na China e pediu às autoridades chinesas informações mais detalhadas sobre o assunto, apelando à população para que se proteja melhor. Estas preocupações surgem quase quatro anos após o aparecimento na China de uma misteriosa “pneumonia viral”, que esteve na origem da pandemia de Covid-19, refere Le Parisien.

Os sintomas são múltiplos: febre alta, tosse seca e fadiga. A OMS recomenda, portanto, que as pessoas tomem “medidas para reduzir o risco de doenças respiratórias”. Entre elas, a vacinação, o distanciamento dos doentes, o isolamento em caso de sintomas e o uso de máscara.

Um fenómeno de “catch-up”

Um dos responsáveis por este surto epidémico poderá ser o mycoplasma pneumoniae. Segundo a imprensa local, esta bactéria circulou amplamente na China durante o mês de outubro. É sem dúvida esta bactéria”, explica o virologista Bruno Lina, antigo membro do Conselho Científico Consultivo, entrevistado ppor um diário parisiense. Também estamos a assistir a um ressurgimento. Mesmo que o sinal seja fraco, noticiámo-lo na terça-feira.

Em declarações à imprensa, a 13 de novembro, as autoridades chinesas atribuíram este aumento das doenças respiratórias ao levantamento, este ano, das restrições sanitárias anti-Covid e à circulação de agentes patogénicos conhecidos. “A circulação destes agentes patogénicos foi abrandada, pelo que talvez haja um fenómeno de recuperação, aquilo a que se chama a dívida imunitária. Essa é uma hipótese”, diz Bruno Lina.

“Nada de excecional”

O epidemiologista Antoine Flahault descreve um “grande reservatório de jovens que não tinham sido expostos a muitos agentes patogénicos de inverno durante quase quatro anos”. “Passámos por isto no outono-inverno de 2022, mas não os chineses, porque ainda estavam em Covid-19”, acrescenta. Na sua opinião, “esta é a versão otimista e a mais provável”. Uma análise partilhada por Bruno Lina: “Não há nada de excecional neste surto de mycoplasma pneumoniae.

A OMS diz que está em contacto com médicos e cientistas na China. A organização tinha criticado as autoridades chinesas pela sua falta de transparência durante a investigação sobre as origens da pandemia de Covid-19, cujos primeiros casos foram detetados na China no final de 2019. Esta investigação ainda não chegou a uma conclusão definitiva.

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