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Saúde: Mpox em Moçambique, o que é, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e vacinação para conter a epidemia

Conheça a doença viral que marcou 2022 no mundo e os cuidados essenciais para a prevenção e tratamento em Moçambique

A mpox (anteriormente conhecida como varíola do macaco) é uma infecção viral que voltou a preocupar as autoridades de saúde em vários países, incluindo Moçambique. Originada por um vírus transmitido principalmente por contacto direto, esta doença apresenta sintomas cutâneos característicos e exige atenção para evitar sua propagação. Neste artigo, detalhamos o que é a mpox, as causas, sintomas, formas de diagnóstico, tratamentos disponíveis e informações sobre a vacinação, com enfoque nas recomendações para o contexto local.

O que é a mpox?

A mpox é uma infecção viral causada pelo orthopoxvírus, que provoca uma erupção cutânea com pústulas e lesões na pele, principalmente no rosto, mãos, pés e área genital. Originalmente identificada em macacos em 1958 na Dinamarca, a doença tem como reservatório natural os roedores selvagens africanos, como esquilos, sendo os humanos e macacos hospedeiros acidentais.

A doença é endémica em várias regiões da África Central e Ocidental, circulando principalmente entre esses animais. Em 2022, uma epidemia global inédita teve início, demonstrando uma forma muito mais virulenta e de maior alcance do que as anteriores.

Causas e transmissão da mpox

A transmissão do vírus ocorre principalmente por contacto direto com a pele ou mucosas infectadas, o que inclui contacto sexual, sendo a mpox hoje considerada uma doença sexualmente transmissível (DST). A transmissão por via respiratória também é possível, mas exige contacto próximo e prolongado, o que a torna menos comum que a transmissão sexual.

O vírus pode ser transmitido desde o aparecimento dos primeiros sintomas até a total cicatrização das lesões, o que pode levar até três semanas. Por isso, o isolamento do paciente é fundamental para romper a cadeia de contágio.

Período de incubação e sintomas

O período de incubação varia entre 3 a 7 dias, sendo que os primeiros sintomas aparecem geralmente no sétimo dia. A doença evolui em três fases principais:

  • Fase inicial: febre, dores musculares, inchaço dos gânglios e dor de garganta;

  • Fase cutânea: surgimento de pústulas pelo corpo, com número variável e frequência em áreas genitais e mucosas;

  • Fase de cura: as pústulas formam crostas que caem após duas a três semanas, com cicatrizes mínimas ou inexistentes.

Casos graves podem ocorrer, especialmente em crianças, grávidas e pessoas imunodeprimidas, com risco de complicações como infeções bacterianas secundárias ou problemas pulmonares.

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Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é confirmado através de testes PCR realizados em laboratórios especializados, normalmente em centros hospitalares. Em casos clínicos claros, o teste pode ser dispensado.

O tratamento é sintomático: uso de antitérmicos como paracetamol, cremes calmantes para coceiras e antibióticos em caso de infeções bacterianas associadas. Casos graves podem necessitar de internamento e antivirais específicos.

Vacinação contra a mpox em Moçambique

Existem vacinas de terceira geração eficazes e com poucos efeitos colaterais, indicadas especialmente para contactos próximos de casos confirmados e grupos de risco, como pessoas com múltiplos parceiros sexuais. A vacinação precoce, idealmente até quatro dias após o contacto, aumenta significativamente a proteção.

Em Moçambique, a autoridade de saúde recomenda a vacinação nos centros designados e a continuação das medidas preventivas, incluindo o uso de preservativos e o isolamento em caso de sintomas.

Prevenção e medidas recomendadas

Para evitar a transmissão, é fundamental:

  • Manter higiene rigorosa das mãos e uso de desinfetantes;

  • Evitar contacto próximo e sexual com pessoas suspeitas ou infectadas;

  • Isolamento de pacientes até completa cicatrização das lesões;

  • Uso de máscara em locais de contacto próximo para reduzir risco respiratório;

  • Evitar partilha de objetos pessoais, roupa de cama e utensílios;

  • Garantir o afastamento temporário de animais domésticos.

Contexto epidemiológico em Moçambique

Embora o número de casos ainda seja relativamente controlado, a vigilância é contínua para evitar surto maior. O envolvimento da população em medidas preventivas é crucial para o sucesso no combate à mpox.