A Administração Federal de Aviação (FAA) está a dar o alarme: os satélites poderão em breve cair na Terra. E os humanos poderão sofrer as consequências, alerta o Futurism.

Os satélites da SpaceX, a empresa espacial dirigida por Elon Musk, estão atualmente estacionados na órbita baixa da Terra. Mas o seu tempo de vida em órbita, que é em média de cinco anos, vai terminar em breve. O seu criador afirma que são “amovíveis”, o que significa que se queimarão automaticamente quando entrarem na atmosfera, eliminando assim qualquer risco para as pessoas na Terra.

Mas a FAA não parece partilhar este ponto de vista: num dos seus relatórios publicados no final de setembro, a agência sugere que, até 2035, cerca de 28.000 fragmentos de satélites Starlink poderão sobreviver à entrada na atmosfera todos os anos.

“Erros flagrantes, omissões e suposições incorrectas”.

As consequências potenciais são preocupantes: com uma quantidade tão grande de detritos, há um risco de 61% de que, num ano, um fragmento de satélite caia e mate alguém em terra. O mesmo se aplica aos aviões: existe uma probabilidade de 0,07% de que um fragmento de satélite perdido atinja um avião por ano – uma percentagem menor, é certo, mas que poderia levar a um desastre aéreo sem precedentes.

Estas conclusões não parecem pôr em causa os planos da SpaceX, que já lançou 5.000 satélites e planeia enviar milhares de outros para o espaço nos próximos anos. “A análise da FAA não é mais do que o culminar de vários erros flagrantes, omissões e suposições incorrectas”, afirmou a SpaceX num comunicado. “É profundamente imperfeita e baseia-se num estudo realizado pela NASA há vinte e três anos”.

Para além da sua idade, a Space X tem dúvidas sobre a fiabilidade deste relatório, uma vez que se refere a satélites fabricados com materiais diferentes dos seus, que não foram concebidos para se autodestruírem. A FAA também não “tentou examinar a capacidade de remoção dos satélites Starlink, que deveria ter sido uma parte fundamental da análise”.

A SpaceX afirma já ter desmantelado 325 dos seus satélites desde 2020, sem encontrar quaisquer detritos, o que parece contradizer a estimativa da FAA. A FAA indicou entretanto que está a examinar as novas informações fornecidas pela Space X.