Muitas situações evitáveis por vacinação são ainda frequentes no mundo em desenvolvimento, e como as doenças infecciosas não respeitam barreiras geográficas, uma doença descontrolada em qualquer parte do mundo representa um risco para os outros países.
A primeira implementação à escala mundial de uma vacina, de acordo com um artigo publicado pela CEEC, iniciou em 1956, com o patrocínio da Organização Mundial da Saúde, (OMS). O objectivo foi, declaradamente, erradicar a doença. No seguimento do sucesso conseguido com a varíola, em 1974, a OMS criou o Expanded Programme of Immunization (EPI). Expanded porque o programa incluía seis vacinas: tuberculose, difteria, tétano, tosse convulsa, poliomielite e sarampo, e mais tarde a OMS adicionaria a febre amarela e a hepatite B.
Na altura da criação deste programa, as vacinas não cobriam 5% da população de países em via de desenvolvimento, o que posteriormente, levou à criação do Programa Nacional de Vacinação, (PNV), entre os anos 1974 e 1980, Programa este adoptado por vários países do mundo mais tarde.
O PNV tem como objectivo assegurar o controlo de doenças infecciosas, para as quais existem vacinas eficazes e cuja incidência, sequelas e letalidade são elevadas.
Recentemente, com a imposição de medidas de contenção e prevenção do novo coronavírus em Moçambique e no mundo, o sector da saúde viu-se igualmente obrigado a se reposicionar face a este problema. Isto fez com que o Ministério da Saúde, (MISAU), determinasse a redução de consultas externas nos hospitais para pacientes cuja situação não representava emergência.
As medidas apresentadas através da mídia pelo MISAU em coordenação com o Instituto Nacional de Saúde, incluem a determinação de ida ao hospital apenas por doentes com patologias graves ou aqueles que não podem adiar as consultas, nomeadamente, pessoas com doenças crónicas e que precisam de tratamento regular e um contacto pessoal com os médicos.
Com tudo isto, e, principalmente com a limitação de ida aos hospitais e centros de saúde, algumas mulheres de diversos pontos do nosso país mostraram tendência em não levar as crianças para a vacinação. O que pode constituir um grave problema visto que essas crianças precisam, de facto, das vacinas para prevenirem-se de outras várias doenças existentes.
O apelo é que, se tratando das crianças, as mães não devem interromper o período de vacinação devendo cumprir com o calendário respeitando, porém, as medidas vigentes neste estado de emergência, nomeadamente, mantendo o distanciamento social recomendado de um metro e meio no mínimo, usando correctamente as máscaras de protecção nos hospitais e não só e procedendo à higienização das mãos, só para citar alguns exemplos.
O êxito do Programa Nacional de Vacinação depende de diversos factores conjugados entre si, que vão desde a existência de vacinas de qualidade, até ao empenho dos profissionais de saúde, com destaque para os enfermeiros que ao longo dos últimos 43 anos vacinaram milhões de pessoas. É aos enfermeiros que cabe assegurar a disponibilidade no sector da saúde, de vacinas em tempo útil e proceder ao seu armazenamento em condições adequadas de forma a manter as características das mesmas.
O dia 09 de Junho é um dia que serve para consciencializar as pessoas sobre a importância do cumprimento do calendário das vacinações principalmente nas crianças. Isto garante um crescimento populacional saudável e reduz o risco de mortes prematuras.
Por: Érica Januário