O Governo moçambicano foi obrigado a intervir para salvar as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e a empresa pública de telecomunicações, Tmcel, sob pena de estas empresas enfrentarem a perspectiva de colapso, disse o ministro dos Transportes, Mateus Magala, na quarta-feira, na Assembleia da República.
Falando numa sessão de perguntas e respostas entre o governo e os deputados, Magala disse que a LAM “tem estado a enfrentar desafios consideráveis nos últimos dez anos. Este pesado legado de desafios tem vindo a crescer e a agravar-se”.
Todas as análises de especialistas moçambicanos e estrangeiros concordam que “a LAM não pode sobreviver no seu estado actual”.
A sua actividade “é 90 por cento financiada através de dívidas, um número que é o dobro da média global”, disse Magala. No ano passado, a LAM informou o governo de perdas de 74,6 milhões de dólares americanos. A empresa estava também a reter nove milhões de dólares de impostos diferidos.
“A situação é tão grave que a LAM tem tido dificuldades em pagar as pensões desde 2019”, acrescentou o ministro. A companhia não foi capaz de implementar a política do governo de atrair mais passageiros através de tarifas baixas. Pelo contrário, as tarifas da LAM “são muito elevadas e, por conseguinte, elitistas”.
O governo recorreu a consultores internacionais para identificar soluções, e esta avaliação concluiu que “sem uma intervenção adequada, a LAM pode estar à beira do colapso”.
O desafio imediato, disse Magala, era estabilizar a empresa para evitar mais perdas. Isto “proporcionaria mais tempo para que pudéssemos rever todas as questões levantadas na avaliação e determinar com mais certeza o futuro da LAM”.