Óculos sobrepõem elementos digitais sobre a realidade e são virados para o consumidor que é também profissional.
A Apple acaba de entrar no mercado de realidade aumentada – ou mista/estendida – com a introdução dos óculos Vision Pro, durante o arranque do evento anual WWDC. O produto vai custar 3.499 dólares e estará disponível nos Estados Unidos no início de 2024, chegando mais tarde a outros mercados.
O CEO Tim Cook usou a célebre frase de Steve Jobs, “só mais uma coisa”, para anunciar este produto inteiramente novo da marca, a primeira entrada numa categoria em quase dez anos.
Os óculos sobrepõem elementos digitais à realidade e mantêm o utilizador consciente de tudo o que o rodeia, ou podem bloquear o que está de fora para criar um ambiente imersivo. Estas características servem, por exemplo, para transformar os óculos num dispositivo imersivo de cinema ou para jogar videojogos. A Apple chama-lhe “computação espacial” em vez de categorizar como realidade aumentada, mista ou estendida.
Da forma como a empresa apresentou o Vision Pro, este é um dispositivo para consumidores profissionais – a que em inglês se chama “prosumers.” As demonstrações feitas mostraram como o produto pode ser usado no escritório, para colaborar e fazer reuniões remotas. Por exemplo, para trabalhar durante uma viagem mantendo acesso a documentos e podendo fazer videochamadas colaborativas com um único aparelho.. Tim Cook disse que o dispositivo “vai mudar a forma como colaboramos, trabalhamos e apreciamos entretenimento.”
Nesta área, a Disney é a primeira parceira da empresa. O CEO Bob Iger fez uma aparição na apresentação para caracterizar os Vision Pro como “uma plataforma revolucionária” e revelar que o serviço de streaming Disney+ vai estar disponível desde o primeiro dia. “Vai permitir-nos levar a Disney aos fãs de formas que antes eram impossíveis”, afirmou Iger, prometendo revelar mais nos próximos meses.
Os óculos são controlados pelos olhos, gestos e voz. Através da funcionalidade “EyeSight”, quem está de fora pode perceber se o utilizador está em modo realidade aumentada ou modo virtual/imersivo. O sistema faz as lentes parecerem transparentes para mostrar os olhos do utilizador.
Com o sistema operativo visionOS, os óculos contêm cinco sensores e seis microfones, com uma combinação do chip M2 com um chip totalmente novo desenhado para este propósito, o R1. Este chip elimina qualquer latência, uma das chaves para garantir que a experiência é confortável e não provoca má disposição (um problema comum em sistemas VR).
Richard Howarth, vice-presidente de design, disse que os Vision Pro “redefinem toda a categoria” e acabam por ser “o produto mais ambicioso” que a Apple já criou.
O sistema Optic ID usa as características distintivas da íris para autenticar o utilizador, de forma a que os óculos mantenham o mesmo nível de privacidade e segurança de outros produtos pessoais.
Permite ainda tirar fotos e fazer vídeos 3D com o toque num botão. O exterior dos óculos avisará as pessoas que estão a ser fotografadas ou filmadas.
Tal como as imagens mostram, há um fio de alimentação saliente na parte traseira do dispositivo. Este pode ser ligado à corrente ou a uma bateria, de forma a permitir que o utilizador se desloque livremente.
