O Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), organismo responsável por avaliar a implementação de medidas de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo, vai reunir-se na cidade de Maputo, de 8 a 11 de Setembro, para avaliar a situação de diversos países africanos presentes na denominada “lista cinzenta”, onde Moçambique figura desde 2022.

A informação foi avançada pela ministra das Finanças, Carla Louveira, que confirmou que Moçambique já concluiu todas as 26 recomendações definidas no plano de acção do GAFI. Segundo a governante, este cumprimento levou o organismo internacional a reconhecer a capacidade institucional do país para prevenir e combater crimes financeiros de alto risco.

“O Conselho de Ministros do GAFI aprovou a realização da visita ‘on-site’ para os dias 8 a 9 de Setembro, etapa essencial para o processo de remoção da lista cinzenta de Moçambique,” esclareceu Carla Louveira.

“No mesmo âmbito, foi igualmente aprovada a realização em Maputo da reunião ‘face to face’, de 8 a 11 de Setembro, onde o Grupo de Revisão da Cooperação Internacional (ICRG) irá avaliar os países actualmente listados,” acrescentou.

A marcação da reunião do ICRG em território moçambicano é vista como um sinal de confiança na trajectória de reformas e implementação de políticas estruturais por parte das autoridades nacionais. Louveira sublinha que se trata de um reconhecimento claro da construção de um sistema sustentável de prevenção e combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.

O ICRG é um mecanismo técnico do GAFI com a missão de identificar e acompanhar países com fragilidades estratégicas nos seus sistemas de controlo financeiro. Caso os países não demonstrem avanços concretos, o ICRG pode recomendar a sua inclusão na lista de vigilância. A presença nesta lista cinzenta implica maior escrutínio internacional, dificuldades no acesso ao financiamento externo e danos reputacionais para o país envolvido.

Para Moçambique, a possível remoção representa um passo fundamental para restabelecer a confiança dos investidores internacionais, reforçar a estabilidade financeira e melhorar o ambiente de negócios. A visita técnica e a reunião agendada serão determinantes para essa decisão.