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Internacional/África: Número recorde de candidaturas marca presidenciais de 2025 nos Camarões

Com 81 candidatos registados, o país vive uma eleição presidencial inédita marcada por diversidade política, mas apenas uma minoria passará no crivo do conselho eleitoral

A eleição presidencial nos Camarões, marcada para outubro, entrou para a história com um total de 81 candidatos registados, um número sem precedentes que ultrapassa largamente os 28 candidatos das eleições de 2018. Todos os dossiers serão agora analisados pelo conselho eleitoral, e é praticamente certo que apenas uma pequena fração será aceite.

O último a submeter a sua candidatura foi Bessiping, político conhecido apenas pelo primeiro nome, do partido Rassemblement des Forces Ecologiques pour la Relance de l’Economie (RFERE). Entregou o seu dossier cinco minutos antes do prazo final da meia-noite do dia 21 de julho, tornando-se assim no 81.º nome na lista oficial.

Diversidade sem precedentes

A lista de candidatos é composta por antigos primeiros-ministros, ex-ministros, empresários, jovens aspirantes e veteranos políticos. Esta é a primeira vez que se observa uma diversidade tão ampla entre os pretendentes à presidência nos Camarões.

Entre os veteranos, regressam Paul Biya, atual presidente com 92 anos que tenta um oitavo mandato consecutivo, Maurice Kamto, segundo classificado nas últimas eleições pelo Mouvement pour la Renaissance du Cameroun (MRC), e outras figuras como Cabral Libii, Joshua Osih, Espoir Matomba e Akere Muna.

Ausências e novas figuras

Entre as ausências notáveis encontram-se Garga Haman Adji, que optou por não se candidatar aos 81 anos, bem como os falecidos Adamou Ndam Njoya e Franklin Ndifor.

Outros candidatos de peso incluem líderes de partidos com representação parlamentar, como Bello Bouba Maigari (UNDP), Issa Tchiroma Bakary (FSNC), Tomaino Ndam Njoya (UDC) e Pierre Kwemo (UMS).

Por outro lado, a maioria dos candidatos são figuras pouco conhecidas e com baixas hipóteses de validação. Entre eles, o jornalista Roger Tuile, o músico Ferdinand Din-Din, conhecido como Papillon, e o mais jovem dos candidatos, Daloutou Hamada, de 31 anos, da região de Adamaoua, cuja candidatura deverá ser automaticamente rejeitada, dado que a lei exige idade mínima de 35 anos.

Desafios financeiros e critérios rigorosos

As 25 candidaturas independentes enfrentam uma barreira legal quase intransponível: nenhuma conseguiu recolher as 300 assinaturas necessárias, com um mínimo de 10 por região, o que deverá resultar na sua eliminação.

Desde 2013, os critérios de elegibilidade foram endurecidos. O valor do depósito exigido passou de 5 para 30 milhões de francos CFA (cerca de 53 mil dólares), só sendo reembolsado caso o candidato obtenha pelo menos 5% dos votos válidos. Esta condição deverá eliminar muitos dos que se registaram nos últimos 10 dias.

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Segundo fonte do Tesouro de Yaoundé, apenas cerca de 10 candidatos pagaram o depósito, entre as mais de 50 candidaturas submetidas na capital.

O próximo passo

Cabe agora ao conselho eleitoral, composto por 18 membros, verificar se todos os 81 dossiers estão em conformidade com os regulamentos. A lista provisória dos candidatos aprovados será publicada até 2 de agosto. Em caso de recurso, a decisão final caberá ao Conselho Constitucional.