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Moçambique/Economia: Moçambique entre os alvos estratégicos da Índia para garantir minerais críticos e reduzir dependência da China

Nova ofensiva diplomática visa consolidar acordos com países africanos ricos em terras raras, num momento em que o domínio chinês no sector levanta preocupações globais sobre a segurança da cadeia de abastecimento.

O Governo indiano está a intensificar os seus esforços diplomáticos junto de países africanos, com o objectivo de diversificar as suas fontes de elementos de terras raras, face às crescente preocupações internacionais sobre o controlo quase absoluto da China neste sector estratégico.

De acordo com dados citados pelo Business Insider, a China controla actualmente mais de 90% do fornecimento global de terras raras, o que levanta sérias inquietações quanto à segurança da cadeia de suprimentos mundial. A situação agravou-se no início deste ano, quando o governo chinês restringiu ainda mais a exportação de ímanes de terras raras, pressionando os países que dependem desta tecnologia.

Perante este cenário, o ministro de Estado e da Energia Atómica da Índia, Jitendra Singh, revelou a existência de acordos bilaterais já em vigor com países detentores de recursos minerais estratégicos, destacando fornecedores africanos de terras raras e outros minerais essenciais.

“Com o intuito de desenvolver a cooperação bilateral com países que detêm recursos minerais, a Índia firmou acordos com os governos da Austrália, Argentina, Zâmbia, Peru, Zimbabué, Moçambique, Maláui e Costa do Marfim, bem como com organizações internacionais como a Agência Internacional de Energia (AIE)”, afirmou o governante.

Embora os esforços indianos também incluam nações da América Latina e da Ásia, a África é considerada um parceiro central, devido às suas vastas reservas inexploradas e crescente importância geopolítica.

O ministro destacou ainda a assinatura de memorandos de entendimento com vários países, que estabelecem uma estrutura abrangente para a cooperação em investigação, desenvolvimento e inovação na área da mineração, com foco nos elementos de terras raras e minerais críticos.

África possui vastas reservas de minerais essenciais para a tecnologia moderna, e transformou-se num epicentro da disputa geopolítica entre China, Ocidente e Índia. Estes minerais são indispensáveis à produção de veículos eléctricos, smartphones, sistemas militares e tecnologias de energia limpa”, sublinhou Singh.

A Índia, actualmente a quinta maior economia do mundo, aposta na sua imagem democrática e na expansão da sua influência global para se posicionar como parceiro estratégico de confiança. O fornecimento estável de terras raras é considerado vital para sectores prioritários como mobilidade eléctrica, defesa e energias renováveis.

O Business Insider assinala que esta estratégia faz parte de uma corrida global mais ampla, que não se limita ao acesso a matérias-primas, mas procura moldar o futuro da manufactura, do comércio e da inovação tecnológica.

Ao conjugar apoio financeiro ao desenvolvimento com diplomacia activa, a Índia pretende oferecer uma alternativa sólida ao domínio chinês e à abordagem transaccional do Ocidente. Esta parceria em evolução, se for baseada em transparência e valor partilhado, poderá marcar um ponto de viragem rumo a um modelo mais justo e equilibrado de exploração mineral em África.

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