Bantumen e Mozlife
Sacrifício: Sangue, Lágrimas, Suor é o terceiro álbum do rapper luso-moçambicano, do bairro da Cruz Vermelha, que se segue a Histórias da Minha Life (2013) e Preto e Vermelho (2016).
O álbum está disponível desde do dia 22 de Novembro em todas as plataformas digitais e conta com 18 faixas musicais. Oito temas já tinham sido disponibilizados antes e contam todos com videoclipes com milhares de visualizações e streamings.
Entre as novas canções já em circulação estão “Meu Deus”, com mais de 12 milhões de visualizações e mais de 6 milhões de reproduções no Spotify; “1 de Abril”, com mais de 8 milhões de visualizações e mais de 5 milhões de reproduções no Spotify .
A abrir caminho para este álbum esteve um tema afrotrap (que ficou de fora do alinhamento) intitulado Cafeína, feito com DJ Dadda e lançado em 2018. Soma, só no YouTube, perto de 17 milhões de visualizações.
No critério de escolhas em estúdio para Sacrifício, Plutónio disse à agência Lusa que quis experimentar outros registos, para provar que é versátil e que não é músico de um género específico. Há canções mais orgânicas, há registos mais introspectivos, outras com mensagens mais impactantes.
Sacrifício tem como subtítulo Sangue, Lágrimas e Suor e remete para as realidades em que vive: “Sangue tem a ver mais com a realidade de rua, com a realidade mais pesada, o lado de bairro, o lado das vivências de periferia, e que tem a ver com criminalidade e essas coisas que vivenciei [quando era] mais novo. Lágrimas tem a ver com a parte mais introspectiva, com temas mais relacionados com amor e família, com os meus sentimentos. Suor tem a ver com ultrapassar todas as situações más e transformar em algo de bom.”
Há ainda um detalhe que Plutónio insiste em explicar. O novo álbum é dedicado ao rapper Chullage que, em 2001, se estreou com o álbum Rapresálias e que tinha o mesmo subtítulo Sangue, Lágrimas e Suor. “É o meu rapper preferido do hip-hop português. (…) Foi o primeiro rapper que ouvi a falar de coisas com que eu me identificava, coisas que eu vivia dentro de casa, no meu bairro. Ele despertou-me vontade de fazer rap também”, contou.
Sabendo que tem centenas de seguidores, em particular um público muito jovem, Plutónio tenta encontrar um meio-termo entre a liberdade artística e o sentido de responsabilidade pelo impacto nos outros. “Continuo a fazer as músicas da mesma maneira, mas lembro-me de que a música pode servir como forma de incentivar jovens e pessoas mais desfavorecidas ou que têm as condições todas para vencer na vida, mas não estão motivadas”, disse.
Lembrando que o rapper Luso-Moçambicano actuo no dia 23 de Novembro pela primeira vez no Brasil, na décima edição do festival Back2Black assegurando a primeira parte da actuação da cantora norte-americana Erykah Badu.