A embaixada dos EUA na África do Sul lançou recentemente por duas vezes o alarme sobre o terrorismo no país. A 26 de Outubro, emitiu um alerta de segurança para um possível ataque terrorista em Sandton, o centro financeiro de Joanesburgo.
Dias mais tarde, colocou na lista negra quatro indivíduos e oito empresas como financiadores terroristas do Estado islâmico (ISIS). Isto seguiu-se a reportagens dos meios de comunicação social, sobretudo da The Economist, mostrando que o ISIS estava a utilizar a África do Sul para aumentar a sua arca de guerra.
Existe uma longa história de preocupações sobre as deficiências do país no tratamento das actividades de financiamento do terrorismo dentro das suas fronteiras.
Há mais de 15 anos, o especialista americano em terrorismo John Solomon advertiu que a ilegalidade e a corrupção governamental no país facilitavam o financiamento do terrorismo.
Há muitos anos que tenho vindo a investigar o financiamento do terrorismo na África do Sul. No meu livro Jihad: A South African Perspective, desembrulho o estado do financiamento do terrorismo no país utilizando fontes abertas.
A última acção dos EUA surge quando a África do Sul se apressa a evitar a « greilisting »: ser colocado na lista de países sujeitos a um maior controlo por parte do Grupo de Acção Financeira.
O grupo de trabalho intergovernamental identificou deficiências nas políticas e esforços do país para combater o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo.
O que a África do Sul precisa de fazer é implementar completamente as recomendações do Grupo de Acção Financeira e assegurar o seu cumprimento.
Dado o elevado nível de corrupção no seio do partido no poder, isto não será fácil. Mas precisa de ser feito para dissuadir os financiadores terroristas e assegurar a credibilidade do governo.
O país assinou e ratificou a legislação anti-terrorismo necessária. Chegou agora a altura de dar andamento à conversa. O governo precisa de trabalhar com as empresas, especialmente com os bancos, para assegurar a existência de sistemas de alerta precoce.
O sistema judicial precisa de ser capacitado para desenvolver a capacidade especializada necessária para assegurar condenações rápidas. Finalmente, o país precisa de trabalhar com parceiros globais para responder de forma agressiva a esta ameaça.