Pelo menos 18 mortos em confrontos entre exército e milícias na RDC

Pelo menos 18 pessoas, incluindo crianças, foram mortas em combates entre o exército congolês e uma milícia junto a uma mina de ouro no este da República Democrática do Congo (RDCongo), disseram fontes locais.

Segundo o padre de Salamabila, Célestin Kijana, citado pela agência France-Presse, várias crianças “estão ainda desaparecidas”. Centenas de alunos fugiram dos combates no sábado, segundo a mesma fonte.

“Acabámos de enterrar, com a colaboração de membros da Cruz Vermelha local” 18 corpos, incluindo “oito crianças””, afirmou o responsável pela Igreja na província de Maniema.

De acordo com a mesma fonte, a maioria dos corpos apresentava “sinais de bala” e há ainda “o registo de 10 feridos graves que foram levados para Bukavu”, a capital da província vizinha do Kivu Sul.

O capitão Dieudonné Kasereka, porta-voz do exército no Kivu Sul, referiu que foram mortos seis elementos das milícias e dois foram capturados, enquanto um militar congolês foi morto e dois ficaram feridos.

No sábado, registaram-se combates entre os militares das Forças Armadas Congolesas e a milícia Malaika, que pretende defender os interesses dos habitantes que vivem perto das minas de ouro de Salamabila.

Este grupo armado apelou às autoridades da RDCongo que respeitem o caderno de encargos relativo à partilha de riqueza da mina de ouro de Salamabila e que inclui o respeito pelos direitos dos mineiros e a construção de estradas.

Para chamar a atenção para a sua causa, os Malaika sequestraram durante várias semanas em 2017 e depois em 2019 funcionários – incluindo franceses e sul-africanos – da sociedade canadiana Banro, que explora a mina.

Em setembro do ano passado, a Banro anunciou a suspensão das suas atividades em Salamabila, lamentando os ataques contra a mina e as ameaças contra os seus funcionários.

“Hoje, Salamabila e a zona circundante estão sob controlo do exército congolês”, referiu o porta-voz.