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Bebés prematuros salvos pela inteligência artificial

Todos os anos, cerca de 300.000 bebés prematuros nascem na Europa. O principal risco para estes seres humanos vulneráveis é a infecção e que pode ser mortal.

Moçambique regista em média vinte mil partos prematuros por ano.  Em termos estatísticos, a capacidade de cobertura dos partos institucionais no país é de cerca de 70%, existindo cerca de 30% de partos que acontecem fora das maternidades.

As causas da prematuridade são compostas por muitos factores: como a idade materna avançada, o baixo nível socioeconómico, o consumo de álcool e tabaco em excesso, história anterior de parto pré-termo, gravidez múltipla, alterações da quantidade de líquido amniótico, infecções, hemorragias e malformações uterinas, restrição do crescimento fetal e ainda diversos problemas de saúde materna, como a obesidade.

Os sistemas imunitários destes bebés são muito frágeis e entre 10 a 25% dos prematuros apanham uma infecção. Na cidade francesa de Rennes, os investigadores estão a desenvolver um instrumento médico que vai apoiar a decisão, baseado na inteligência artificial. O objectivo é detectar a infecção antes dos sintomas visíveis e informar os médicos através de um sistema de alerta.

Patrick Pladys, neonatologista do  Digi-newb project explica que, neste momento, os médicos enfrentam um problema duplo. Por um lado, os sinais clínicos não são muito específicos e chegam tarde. Por outro lado, se estiverem infectados, os bebés têm um elevado risco de morte e de ter sequelas no futuro. “A partir destas bases, há uma tendência para administrar muitos antibióticos. O que não é bom para o recém-nascido e para a ecologia do departamento”.

O novo sistema regista os dados da frequência cardíaca e respiração. Por sua vez às câmaras, registam imagens e sons que até agora só eram observados com os olhos e ouvidos dos médicos.

Através deste trabalho de investigação, financiado pela União Europeia, cientistas de vários países do bloco desenvolveram um índice que lança um alerta sempre que determinado valor de referência é ultrapassado.

Patrick Pladys revelou que os médicos passam a receber um alarme pelo menos doze horas antes do que costumavam receber, salvando uma vida. Por um lado, terão tempo para avaliar, e por isso, podem alargar o período de avaliação ou podem decidir que as provas fornecidas pelo índice são convincentes para iniciar com antibióticos.

Este mecanismo não se destina a substituir, mas sim a complementar o apoio e o acompanhamento dos médicos, enfermeiros, mas acima de tudo, dos país.

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