O juiz do processo em que o ex-presidente das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) António Pinto e outros dois arguidos são acusados de desvio de fundos da companhia adiou ontem o julgamento por tempo indeterminado dizendo estar em convalescença.
“Não tenho capacidades físicas para hoje dirigir o julgamento, sou obrigado a adiar o início da sessão para uma data a definir”, avançou o juiz da causa, Rui Dauane, já na sala de audiências.
Rui Dauane avançou que precisa de um período de recuperação após ter sido internado por doença e afirmou esperar que dentro de 15 dias possa fixar uma nova data para o julgamento – que os arguidos aguardam em liberdade.
Em declarações aos jornalistas, após a desmarcação dos trabalhos, Janete Assulai, advogada de António Pinto, disse compreender as razões da decisão do juiz, mas lamentou.
“É um transtorno no sentido em que estávamos preparados (para o início do julgamento), mas entendemos a situação”, disse Assulai.
Por seu turno, Abdul Gani, advogado de Mia Temporário, também arguida no processo, mostrou compreensão com o adiamento, mas reconheceu que a situação gera inconveniências para a defesa.
“Eu tenho uma testemunha que veio de Luanda de propósito (para o julgamento), mas a gente entende, aqui não há nada a fazer, não temos razão absolutamente nenhuma para duvidar do que seja”, referiu.
O adiamento desta terça-feira é o segundo do caso, depois de a audiência de julgamento não ter arrancado em 11 de Novembro devido a doença dos três arguidos no processo.
Além de António Pinto e Mia Temporária, gestora da empresa Executive, que edita a Índico, revista de bordo da LAM, é também arguido Hélder Fumo, ex-diretor financeiro da transportadora área. Os três são acusados do desvio de 50 milhões de meticais.