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Celebre o Dia Mundial dos Oceanos

A água dos oceanos está a mudar de cor por causa do aquecimento global mas não é só essa alteração que os está a afectar.

As alterações climáticas estão a modificar as características do fitoplâncton marinho, uma mutação que tem vindo a prejudicar milhões de exemplares de espécies subaquáticas, alerta um grupo de investigadores europeus e norte-americanos.

A vida selvagem está em risco e os oceanos são os que mais preocupam os especialistas que analisam a evolução ambiental do planeta. O mar está a mudar de cor. As alterações climáticas estão a afectar o fitoplâncton marinho, o que indicia uma ameaça crescente. O alerta foi dado por um grupo de investigadores de universidades europeias e americanas nas conclusões de um estudo internacional divulgado publicamente, em meados de Fevereiro do ano passado, pela Nature Communications.

A subida das temperaturas altera o espectro de luz solar reflectida e altera a composição desta substância, essencial a muitas espécies. A sua distribuição nas águas também acaba por ser afectada. Se não forem reduzidos os actuais níveis de dióxido de carbono actualmente emitidos, até ao fim do século a temperatura da água deverá subir cerca de 3ºC, uma situação que terá consequências ainda mais gravosas. “O aquecimento altera a circulação oceânica”, adverte mesmo Stephanie Dutkiewicz.

“A porção de águas do oceano profundo emerge à superfície. O fitoplâncton necessita de luz, que é a sua fonte de energia, assim como de nutrientes. E a maior parte deles vem das profundidades do mar”, explicou já publicamente a coordenadora do estudo, uma das investigadoras do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos da América, envolvidas no projecto científico. “As alterações que se estão a produzir estão a fazer com que cheguem menos nutrientes à camada superficial do mar, pelo que o mais provável é que o fitoplâncton diminua em muitas zonas”, alerta a especialista em biogeoquímica marinha.

A poluição crescente, agravada pelo depósito de máscaras individuais no mar, só piora o problema. “Façam, pelo menos, uma coisa que ajude a reduzir as ameaças às espécies marinhas”, apelou publicamente António Guterres, secretário-geral da ONU, em sintonia com Ivone Higuero, secretária-geral da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (CITES), no discurso que fez no Dia Internacional da Vida Selvagem, em 2019.

Especialistas em todo o mundo têm alertado também para o aumento das emissões de dióxido de carbono, que nem sequer o confinamento global imposto pela pandemia viral de COVID-19 conseguiu travar. Ao absorverem um volume crescente de CO2, os oceanos têm vindo a tornar-se mais ácidos. “Têm, hoje, uma acidez maior do que há 800.000 anos. Esta acidez afecta as espécies marinhas, incluindo o fitoplâncton, os que vivem em conchas e os corais”, sublinha uma reportagem da CNN.

Para além de reduzir as emissões de dióxido de carbono e a poluição, que três estudantes asiáticos denunciaram publicamente através de um projecto que desenvolveram, que pode (re)ver de seguida, é essencial reforçar a aposta nas energias renováveis para diminuir a quantidade impressionante de petróleo que continua a ser, todos os anos, derramada no mar. Reordenar as pescas é outra das necessidades apontadas numa altura em que os stocks de peixe continuam a diminuir.

No âmbito da celebração do dia do oceano, o Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu hoje a todos os cidadãos que contribuam para a defesa e conservação dos oceanos, com urgência, que considerou ser um desígnio de Portugal.

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