A Assembleia Geral da Interpol deverá nomear o seu novo Secretário-Geral. Foi por ocasião desta reunião que Grace Meng, esposa de Meng Hongwei, ex-vice-ministro chinês da segurança pública nomeado presidente da Interpol em 2016, e desaparecido desde 2018, decidiu chamar a atenção para o destino do seu marido. Está a cumprir uma pena de prisão de 13 anos e seis meses, desde a sua condenação no ano passado num caso de corrupção.
Numa entrevista com a Associated Press, a esposa do ex-presidente da Interpol sai das sombras e acusa Pequim de ter dado ao seu marido um “falso julgamento”. “Penso que é minha responsabilidade mostrar a minha cara e contar ao mundo o que aconteceu. Durante os últimos três anos aprendi a viver com o monstro, que são as autoridades chinesas. Não tenho notícias (do meu marido) desde 2018, nem sequer sei se ele ainda está vivo. O que é que a China lhe fez? Estou convencido de que se tornaram monstros, porque comem os seus filhos”.
Numa carta, Grace Meng pediu à Interpol para verificar com a China que o seu marido está vivo. Em vão. A Interpol respondeu que “não pode interferir com os procedimentos judiciais nacionais, uma vez que isso iria minar os princípios de neutralidade e independência da organização”.
