Covid-19: Franceses têm apenas 5 motivos para sair de casa

Depois da Itália e da Espanha, a França adoptou medidas rígidas de isolamento da população a partir de 12h (8h em Brasília) da última terça-feira (17), para conter a propagação do coronavírus.

A França registra ate agora 148 mortes e 6.633 desde o início da epidemia.

Os deslocamentos foram restringidos “ao essencial” nos próximos 15 dias. O governo estabeleceu um certificado com cinco motivos que podem levar os franceses a sair de casa.

O documento deve ser impresso ou escrito à mão, datado e assinado a cada vez que a pessoa tiver necessidade de deixar seu domicílio. Somente serão tolerados deslocamentos por seguintes razões:

Por motivo profissional

Os franceses que não puderem trabalhar à distância, no sistema de “home office”, devem circular apenas entre a casa e o local de trabalho munidos de um certificado emitido pelo empregador.

“Nosso país não deve parar completamente”, disse o ministro do Interior, Christophe Castaner, ao explicar as medidas de isolamento. “Excepções podem ser toleradas para trajectos entre casa e trabalho, quando esses deslocamentos forem essenciais para actividades que não podem ser interrompidas ou organizadas na forma de “home office’”, disse o ministro.

Nas empresas em que a actividade profissional à distância é impossível, “o empregador deve implementar medidas preventivas de protecção” de contágio do Covid-19, como uma distância mínima de um metro entre os colaboradores e o fornecimento de desinfectantes, como o gel hidroalcoólico, especificou a porta-voz do governo francês, Sibeth Ndiaye

Compra de produtos de primeira necessidade

A compra de alimentos e outros produtos básicos fazem parte das saídas autorizadas, desde que justificadas por um certificado.

O temor de um isolamento prolongado provocou uma corrida aos supermercados. os estabelecimentos comerciais adoptaram o sistema de filas que possibilita reduzir o número de pessoas no interior das lojas para respeitar a distância preventiva de um metro entre os consumidores, como recomendou o presidente, Emmanuel Macron.

Cuidados médicos

As saídas para atendimento médico, exames laboratoriais inadiáveis e compra de remédios nas farmácias continuam autorizadas. O paciente deve, entretanto, preencher o certificado oficial e sair munido das receitas.

Parentes idosos e dependentes

O ministro do Interior frisou o mais importante que é “ficar em casa”. Visitas ou refeições com amigos, mesmo em pequeno número, são proibidas. As excepções toleradas são por “razões familiares convincentes”, como a assistência a parentes idosos ou dependentes.

Para pais separados, os trajectos entre as duas residências seguem autorizados por motivo de guarda alternada ou compartilhada dos filhos.

Passear com animais e praticar esportes individuais

Quem tem cachorros pode continuar levando-os para passear no bairro, sempre acompanhado da declaração oficial estabelecida pelo governo. “Todos devem fazê-lo respeitando os gestos para evitar o contágio do coronavírus, sem se encontrarem em grupo”, insistiu o ministro do Interior.

As actividades esportivas em grupo estão proibidas, mas as pessoas podem sair para fazer exercícios físicos, como uma caminhada ou corrida rápida pelo bairro, mantendo-se à distância de outros esportistas. 

De referir que em seu pronunciamento à nação na noite de segunda-feira (16), Emmanuel Macron teria declarado que a França “está em guerra” contra a epidemia de coronavírus. Volta de 100.000 policiais e militares estão nas ruas, a partir de hoje, para controlar o estrito cumprimento das regras de isolamento.

Os infractores surpreendidos sem o documento justificando sua saída de casa estão sujeitos a uma multa avaliada em € 38 euros (R$210,65) será reajustado para € 135 (R$748,38), anunciou o ministro do Interior.

Para além da imposição da quarentena obrigatória por 15 dias França suspende cobrança de contas de luz, água e gás.

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