Escândalos que marcaram os mundiais de futebol

Mundial 1962: O mistério do fiscal-de-linha?

O Brasil vence o Chile na meia-final por 4-2, mas Garrincha é expulso pelo fiscal-de-linha após agredir um chileno. Naquela altura, ainda não existiam cartões e os castigos a aplicar aos jogadores eram decididos em tribunal. Quase sempre era aplicado um jogo de suspensão, mas Garrincha era a estrela da companhia e tinha de jogar a final. O fiscal-de-linha, que era a testemunha principal, desapareceu e até hoje não há provas exatas do que aconteceu. Há quem fale em subornos, ou benefícios políticos da FIFA pelo facto do Brasil estar mais perto dos EUA, face à comunista Checoslováquia. Garrincha acabou por jogar e o Brasil venceu por 3-1.

Mundial 1978: Peruanos sob suspeita

A Argentina precisava de vencer o Peru por quatro golos de diferença para ir à final e deixar o Brasil de fora. A jogar em casa, os argentinos venceram por 6-0, mas a exibição dos peruanos deixou no ar suspeitas de facilitismo. Em 1998, o guardião peruano, Ramón Quiroga garantiu em entrevista ter visto « coisas raras” nesse jogo, acusando os colegas negros de terem sido subornados e que a sua seleção foi visitada pelos militares argentinos no hotel. A Argentina ganharia o mundial ao vencer na final a Holanda.

Mundial 1982: O golo anulado pelo príncipe

A França já vencia o Kuwait por 3-1, quando Giresse aumentou para 4-1. Os franceses festejavam o golo, enquanto os jogadores adversários protestavam com o árbitro por fora-de-jogo. E foi aí que o impensável aconteceu! Vindo das bancadas o príncipe do Kuwait, Fahad Al-Ahmad Al-Sabah, invadiu o relvado e protestou com o fiscal-de-linha Miroslav Strupar, de tal forma que conseguiu fazer com que o golo viesse a ser anulado. A França marcaria depois o 4-1, com que acabaria o jogo.

Mundial 1982: Áustria e Alemanha contra Argélia

A Alemanha precisava de vencer a Áustria para seguir em frente, mas se fosse apenas por 1-0, as duas seleções eram apuradas em detrimento da Argélia, devido à diferença de golos. E assim foi: aos dez minutos Hrubesch marcou para os alemães e a partir daí o jogo foi um marasmo. Desde então a FIFA decidiu que a última jornada da fase de grupos seria jogada à mesma hora. No europeu de 2004 em Portugal, a Dinamarca e Suécia protagonizaram um episódio semelhante, ao empatarem 2-2, qualificando-se ambas e eliminando a Itália.

Mundial 1990: Desta água não beberei

Nos oitavos-de-final Brasil e Argentina mediam forças e os argentinos prepararam uma artimanha aos brasileiros. Nas suas garrafas de água introduziram Rohypnol um medicamento que provoca sonolência e a perceção de confusão na mente de um ser humano. O defesa brasileiro Branco, que jogaria no FC Porto, bebeu de uma dessas garrafas e os sintomas manifestaram-se até ao fim do jogo, que os argentinos acabariam por ganhar por 1-0.

Mundial 1994: A queda de Maradona

Aos 33 anos Diego Maradona queria mostrar que a suspensão por consumo de cocaína tinha sido ultrapassada. Só que a 29 de junho, a FIFA anunciava que um jogador da Argentina, tinha acusado doping no segundo jogo da fase de grupos contra a Nigéria. Esse jogador era Maradona. Afastado do mundial e depois banido em definitivo do futebol, os argentinos pagariam caro mais um erro de “El Pibe”, ao serem eliminados pela Roménia nos 1/8 de final da competição.

Mundial 1998: O eclipse do « Fenómeno »

O Brasil enfrentava a anfitriã França na final. Ronaldo o “fenómeno” estava imparável no mundial, mas quando entrou em campo para o jogo decisivo a sua fraca exibição deixou espantados e desconfiados os amantes do futebol. Mais tarde saberia-se que horas antes do encontro, o “fenómeno” teria sofrido convulsões, seguidas de uma grave crise cardíaca no quarto do hotel. A França venceu o Brasil por 3-0 e sagrou-se campeã do mundo.

Mundial 2006: A cabeçada de Zidane

França e Itália estavam empatadas 1-1 e já na segunda parte do prolongamento, Zidane, num ato irrefletido, agride o central Materazzi, com uma cabeçada no peito. O francês é expulso e encerrava da pior forma a carreira de jogador. Em 2016, o italiano recordou o que disse a Zizou. “Falei da irmã dele e não da mãe, como li em alguns jornais. A minha mãe morreu era eu adolescente e nunca o ofenderia com tal coisa ». A Itália venceria essa final nas grandes penalidades, por 5-4.

Mundial 2010: O caso Saltillo da França

Desde questionarem as escolhas do selecionador Raymond Domenech, a boicotarem o colega de equipa Gourcuff, não lhe passando a bola durante os jogos, passando pelos insultos de Anelka ao técnico, às quase agressões de Evra com um preparador-físico. Toda esta sequência de eventos levaram a uma greve do plantel francês recusando-se a treinar durante a estadia na África do Sul. Duas derrotas e um empate na fase de grupos fizeram regressar os franceses rapidamente a casa.

Mundial 2014: A dentada do « vampiro »

O Uruguai venceu a Itália por 1-0 e deixou os transalpinos eliminados logo na fase de grupos. No entanto, este jogo ficou marcado pela dentada de Luís Suárez ao central Giorgio Chiellini. O lance aconteceu na área italiana e o árbitro nada viu deixando o avançado uruguaio em campo. O avançado seria mais tarde suspenso pela FIFA por nove jogos e proibido de jogar futebol durante quatro meses. Em 2010, Suárez já tinha sido castigado com sete jogos por morder um jogador do PSV, quando atuava no Ajax, situação que repetiu em 2013, quando ao serviço do Liverpool mordeu Ivanovic do Chelsea, sendo suspenso por dez jogos.

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