A investigação da Polícia Civil de Pernambuco que levou a influenciadora Deolane Bezerra para a cadeia e envolveu a apreensão de um avião da empresa do cantor Gusttavo Lima envolve um complexo esquema de lavagem de dinheiro, segundo reportagem da TV Globo, que teve acesso a detalhes do trabalho policial.
De acordo com a reportagem, veiculada na noite de domingo, as investigações tiveram início em 2022, quando uma operação levou à apreensão de R$ 180 mil em dinheiro e um notebook em uma banca de jogos em Recife pertencente a Darwin Henrique da Silva, identificado como o operador do Jogo do Bicho na capital pernambucana.
Segundo a polícia, a estrutura do “jogo do bicho” utilizava o mercado das “apostas” e uma série de outras empresas para branquear dinheiro ilegal, incluindo montantes obtidos nos chamados jogos do “tigrinho”. Os montantes eram canalizados através de várias contas bancárias para eliminar qualquer vestígio de atividade ilegal.
À medida que a investigação avançava, a polícia chegou ao filho de Silva, Darwin Henrique da Silva Filho, proprietário da plataforma de apostas Esportes da Sorte. Deolane, uma influenciadora com milhões de seguidores nas redes sociais, fazia publicidade para a Esportes da Sorte. Mas não era só nisso que ela estava envolvida, de acordo com detalhes da investigação.
A soma dos valores bloqueados em toda a operação chega a 2 bilhões de reais, o que inclui os bens de Deolane. O Fantástico revelou que, segundo a polícia, uma empresa de apostas aberta em seu nome, a Zero Um Bets, foi montada para facilitar a lavagem de dinheiro proveniente de jogos ilegais. A mãe de Deolane, Solange Bezerra, também pode estar envolvida no esquema – ela também foi presa.
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Comprar um espaço para minha empresa.A defesa de Deolane e de sua mãe disse ao Fantástico que tem “plena confiança na Justiça e continua trabalhando incansavelmente para o restabelecimento da liberdade das duas, convicta de que a inocência de ambas será plenamente comprovada”.
Outra forma de os integrantes do sistema dissimularem a origem do dinheiro era a compra de bens de luxo, como aviões. Entre os bens apreendidos na operação da semana passada estava uma aeronave pertencente à Balada Eventos e Produções Lt, empresa de Gusttavo Lima.
No entanto, o avião foi vendido e está prestes a ser transferido para a JMJ, empresa do empresário José André da Rocha Neto – um dos presos na operação. Ele também é dono da VAIDEBET, outra casa de apostas. O cantor é o carro-chefe da empresa.
Em nota enviada ao programa da Globo, os advogados de Gusttavo Lima afirmaram que ele “apenas vendeu um avião para uma das empresas investigadas” e que “a operação de compra e venda seguiu todas as regras legais”. Afirmaram ainda que o cantor “possui apenas um contrato de uso de sua imagem em favor da marca VAIDEBET”.