Brasil/Eleições: Jair Bolsonaro admite finalmente a derrota

O presidente brasileiro, que foi derrotado por Lula no domingo, falou finalmente oficialmente.

Ele está finalmente a falar. O Presidente brasileiro Jair Bolsonaro “autorizou a transição” na terça-feira 1 de Novembro após a eleição de Lula e comprometeu-se a “respeitar a Constituição”, sem contudo reconhecer explicitamente a sua derrota, na sua primeira declaração dois dias após as eleições presidenciais.

“Enquanto eu for Presidente da República, continuarei a respeitar a Constituição”, declarou o Chefe de Estado em tom marcial. Falou em poucos minutos no palácio presidencial de Alvorada, em Brasília, durante o qual não felicitou Lula pela sua vitória.

“O presidente autorizou-me, de acordo com a lei, a iniciar o processo de transição” com a equipa do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o seu chefe de gabinete Ciro Nogueira disse na esteira.

Jair Bolsonaro, 67 anos, também condenou sem convicção os bloqueios de estrada levantados pelos seus apoiantes que protestavam contra a vitória desde domingo.

“As manifestações pacíficas serão sempre bem-vindas, mas não podemos usar os métodos da esquerda, (…) que impedem a liberdade de movimento”, disse ele.

Mas disse que as manifestações foram “o resultado da indignação e de um sentimento de injustiça” sobre o processo eleitoral.

O primeiro presidente brasileiro a falhar numa reeleição, Jair Bolsonaro foi derrotado no domingo pelo ícone da esquerda Lula (50,9% a 49,1%).

Muitos chefes de Estado estrangeiros felicitaram Lula pelo seu terceiro mandato como presidente, após os de 2003 a 2010. Tomará posse a 1 de Janeiro.

A equipa de Lula quer que o processo de transição comece “a partir de quinta-feira

O Vice-presidente eleito Geraldo Alckmin foi nomeado na terça-feira como coordenador da equipa de transição responsável pela preparação do terreno para a entrega do poder.

Esta equipa, que terá até 50 pessoas, terá acesso às contas públicas e poderá preparar os primeiros decretos que serão promulgados pelo novo presidente após a sua tomada de posse.

A equipa de Lula quer que o processo de transição comece “a partir de quinta-feira”, disse Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), co-fundado por Lula, na terça-feira.

As viagens ao estrangeiro também estão planeadas antes da sua tomada de posse. A convite do Egipto, o presidente participará na COP27, que começa no domingo em Sharm el-Sheikh, anunciou Gleisi Hoffmann.

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