De acordo com o relatório da « Friends of the Earth”, a corrida pelo gás, faz com que o alimente violência e devastação, a militarização da região de Cabo Delgado, violações dos direitos humanos e uma catástrofe climatérica, em Moçambique.
A mesma fonte detalha ainda que a França também é implicada no escândalo financeiro que colocou Moçambique na bancarrota no que o mesmo intitula de “escândalo de títulos de atum” de 2013, o que faz que com o país esteja sufocado até aos cabelos com uma dívida de dois mil milhões de dólares, que deverá ser paga pelas receitas provenientes da venda de gás.
O documento deixa claro que a diplomacia económica e a cooperação militar francesas estão a alimentar tensões, postura contrária da resolução conflituosa que possa existir. « Armas com licença francesa foram encontradas nas mãos de grupos paramilitares (designadamente do ex-chefe da Blackwater, Erik Prince) e de empresas privadas de segurança da Rússia, EUA, África do Sul e França. Mostra como o Estado francês comprometeu mais de 500 milhões de euros em dinheiro público por meio de créditos à exportação para apoiar as empresas multinacionais de petróleo e gás em Cabo Delgado, e prepara mais apoios no futuro.
A Empresa francesa, Total, lidera o projecto de GNL em Moçambique, e os bancos franceses Société Générale e Crédit Agricole desempenham um papel fundamental como consultores financeiros. O relatório desmascara as acções nada abonatórias em que as comunidades locais sofreram graves violações dos direitos humanos e perda de meios de subsistência. “556 famílias foram deslocadas, com compensação inadequada, e agora vivem com medo constante, ameaçadas por insurgentes de um lado e forças militares do outro. Com o gás pronto para exportação, as populações que vivem em Cabo Delgado não têm nada a ganhar com a nova indústria”, escreve a fonte.