“É com imensa tristeza que anunciamos a morte do nosso amado Charlie Watts. Morreu pacificamente num hospital de Londres, hoje cedo, rodeado pela família”, disse o agente Bernard Doherty numa declaração enviada aos jornalistas.
“O Charlie era um marido adorado, pai e avô e também, enquanto membro dos Rolling Stones, um dos grandes bateristas da sua geração”, acrescentou Doherty. “Pedimos respeito à intimidade da família, dos membros da banda e dos amigos próximos neste momento difícil”.
A banda tinha anunciado, no começo deste mês, que Watts não iria participar na digressão norte-americana, por estar a recuperar de um procedimento médico, sendo substituído pelo músico Steve Jordan.
O baterista, que completou 80 anos em junho, estava com os Stones desde 1963. Juntamente com o cantor Mick Jagger e o guitarrista Keith Richards, Charlie Watts era um dos membros mais antigos da banda de rock, na qual também participaram Mick Taylor, Ronnie Wood e Bill Wyman.
Watts era conhecido como o homem tranquilo de uma banda desordeira e que ajudou a definir os “Swinging Sixties” com êxitos intemporais como “Jumpin’ Jack Flash” e “(I Can’t Get No) Satisfaction”. A estabilidade fora do palco refletia-se na seu ritmo em placo, contrabalançando a energia e carisma do cantor Mick Jagger e dos guitarristas Keith Richards e Ronnie Wood.
Em 2004, Watts foi tratado no Hospital Royal Marsden, em Londres, a um cancro na garganta, do qual recuperou após uma luta de quatro meses contra a doença, incluindo seis semanas de radioterapia intensiva.
Nas redes sociais, começam a surgir algumas reações à morte de Watts, com Elton John a apelidá-lo de “o derradeiro baterista”, escreveu no Facebook. “O mais estiloso dos homens e uma companhia brilhante. As minhas mais profundas condolências à Shirley, Seraphina e Charlotte (viúva, filha e neta de Watts) e, claro, aos Rolling Stones”.
“RIP Charlie Watts, um dos maiores bateristas de rock de sempre e um verdadeiro cavalheiro”, escreveu o canadiano Bryan Adams no Twitter.
Paul McCartney enviou “muito amor à família” e condolências aos Stones para quem “Charlie era uma rocha”, Joan Jett lembrou-o como “o mais elegante e digno baterista no rock”.
O músico Perry Farrell, de Jane’s Addiction, escreveu, no Twitter, que um baterista é “o segredo de uma banda: não há grandeza sem um grande baterista”.
John Fogerty, dos Creedence Clearwater Revival, recordou Watts como “um dos grandes bateristas, cuja falta será sentida”, enquanto o ator e ex-membro dos Monty Python Eric Idle o classificou como um “homem generoso e gentil”.