O torneio, para o qual o pequeno emirado gastou cerca de 8 mil milhões de dólares, incluindo em infra-estruturas, poderia trazer o dobro das receitas e benefícios económicos futuros, de acordo com o presidente do comité organizador do torneio.

O Campeonato do Mundo de 2022 no Qatar (20 de Novembro a 18 de Dezembro) poderia trazer um total de 9 mil milhões de dólares em retorno do investimento, segundo o presidente do comité organizador da competição, que falou num podcast transmitido a 27 de Setembro pelo canal pan-árabe Qatari Al-Jazeera.

Nesta entrevista, transmitida pelo diário Qatari Al-Raya, Nasser Al-Khater explicou que as repercussões económicas do Campeonato do Mundo poderiam atingir 17 mil milhões de dólares, um montante que inclui o rendimento gerado durante a competição, mas também o rendimento esperado após o torneio, nomeadamente do turismo.

“Todos os países, como o Brasil (em 2014) e a Rússia (em 2018) que acolheu o torneio, experimentaram um aumento da actividade turística”, explica o chefe do torneio.

A estes 17 mil milhões de dólares de receitas previstas, há que subtrair “o custo dos projectos e despesas relacionadas com o Campeonato Mundial”, que Al-Khater estima em 8 mil milhões de dólares. Um “número normal”, disse ele, “inferior ao de alguns concursos anteriores”, nomeadamente os dois últimos na Rússia e no Brasil.

A título de comparação, o comité organizador do Campeonato do Mundo de 2018 na Rússia afirmou num relatório que a competição tinha injectado 952 mil milhões de rublos, o equivalente a 12,5 mil milhões de euros na altura, na economia russa entre 2013 e 2018, ou mais de 1% do seu produto interno bruto (PIB), estimando que os efeitos continuariam a fazer-se sentir cinco anos após o fim do torneio. Não é claro se este relatório foi supervisionado por um organismo internacional, tal como a Fifa.