Homenagem ao embaixador italiano Luca Attanasio: “Era um hom em que sonhava e tornava os seus sonhos realidade”

Luca Attanasio era um homem de 43 anos, casado e pai de três meninas, que levava muito a sério o trabalho, mesmo sabendo os enormes riscos que corria numa das partes mais remotas do segundo maior país de África, um país que já se chamou Estado Livre do Congo e Congo Belga e depois da independência chegou a ser por muito tempo o Zaire até recuperar o antigo nome.

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Luca Attanasio vivia a 1500 km de Goma, nessa Kinshasa que é capital de um país com uma história tão trágica que já na viragem do século XIX para o século XX inspirou a Joseph Conrad a escrita de Coração das Trevas.

Luca Attanasio acreditava que em África o seu trabalho fazia mais sentido, tendo antes vivido em Marrocos e na Nigéria e recusado ofertas para se mudar para Paris ou Washington, e ganhou o Prémio Nassiriya pela Paz.

Luca Attanasio sabia ter em Zakia Seddiki, oriunda de Casablanca, uma companheira de destino, e orgulhava-se da ONG Mama Sofia, que a mulher gere em Kinshasa para ajudar à sobrevivência de mães jovens e suas crianças.

Na Lombardia, em Limbiate, a cidade natal do embaixador italiano, o presidente da câmara presta homenagem a um homem que, segundo ele, é motivo de orgulho para a comunidade local.

Era um hom em que sonhava e tornava os seus sonhos realidade. De facto, ele tinha saído daqui jovem, estudou na academia diplomática. A propósito, apesar de não pertencer a uma família diplomática, foi bem sucedido, por isso para nós é um orgulho.

Antonio Romeo 
Presidente da Câmara de Limbiate

Para além do embaixador Luca Attanasio, perderam a vida um polícia italiano Vittorio Lacovacci, o motorista Moustapha Milambo e várias pessoas do Programa Alimentar Mundial ficaram feridas.

Os rebeldes Hutus negam a autoria do ataque e acusam os exércitos do Congo e do Ruanda daquilo a que o presidente italiano, Sergio Mattarella apelidou de: “ataque cobarde”.

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