Israel decidiu, neste domingo, 2 de março, bloquear a entrada de ajuda humanitária em Gaza até nova ordem, devido a desacordos com o Hamas sobre a continuidade do cessar-fogo. A decisão foi criticada por várias capitais árabes, levando a ONU a exigir o restabelecimento imediato da assistência humanitária.
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Comprar um espaço para minha empresa.O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou a Israel para que reverta a decisão e instou todas as partes envolvidas a evitarem um novo ciclo de violência na Faixa de Gaza. O chefe dos assuntos humanitários da ONU, Thomas Fletcher, reforçou que o direito humanitário internacional é claro e que o acesso à ajuda essencial deve ser garantido.
A União Europeia alertou Israel sobre as consequências humanitárias desse bloqueio, ao mesmo tempo em que condenou o Hamas por não aceitar a extensão da primeira fase do acordo de cessar-fogo.
Vários países árabes, incluindo Arábia Saudita, Catar e Egito, descreveram a decisão israelita como uma « violação flagrante » do acordo de trégua e acusaram Israel de « usar a fome como uma arma » contra a população palestiniana. Riad classificou a suspensão da ajuda como uma « punição coletiva » e um instrumento de pressão política contrário ao direito internacional.
O Hamas, por sua vez, denunciou o bloqueio como um « crime de guerra », lembrando que 2,4 milhões de palestinianos permanecem cercados na Faixa de Gaza desde outubro de 2023.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, justificou a medida alegando que o Hamas rejeitou uma proposta mediada pelos Estados Unidos para prolongar a primeira fase da trégua até meados de abril, durante o Ramadão e a Páscoa judaica. Segundo Israel, esse plano previa a libertação de metade dos reféns israelitas no primeiro dia de implementação, com a entrega dos restantes no final, caso fosse alcançado um acordo para um cessar-fogo permanente. O Hamas recusou a proposta, argumentando que permitiria a Israel « fugir » dos seus compromissos.
O movimento reafirmou a sua exigência de cumprir as duas fases restantes do acordo inicial: « um cessar-fogo total e permanente » e a « retirada completa » das forças israelitas de Gaza, antes do início da reconstrução e do levantamento do bloqueio ao território.
O impasse entre Israel e Hamas ameaça comprometer a trégua que entrou em vigor em 19 de janeiro, após mais de um ano de um conflito devastador.