O Irão prometeu retaliação firme contra os Estados Unidos após um ataque realizado no fim de semana contra três instalações nucleares iranianas, numa ação que marca uma nova fase na escalada de tensões entre Teerão, Washington e Israel.
Na noite de sábado, os EUA lançaram ataques com bombas bunker-buster sobre as instalações nucleares de Fordo, Isfahan e Natanz, enquanto o conflito entre Israel e Irão registava novas trocas de fogo nas primeiras horas de domingo.
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, declarou que os ataques norte-americanos revelam que Washington está “por trás” da campanha israelita contra a República Islâmica e prometeu uma resposta contundente.
Por sua vez, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o ataque “aniquilou” as capacidades nucleares do Irão, embora autoridades do Pentágono tenham alertado que ainda é cedo para avaliar o impacto total nos programas nucleares de Teerão.
O líder supremo iraniano, Aiatolá Ali Khamenei, classificou a campanha de bombardeamentos iniciada por Israel em 13 de junho como “um grande erro”. “O inimigo sionista… está a ser punido neste momento”, escreveu nas redes sociais.
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Comprar um espaço para minha empresa.Sirene soaram tanto no Irão como em Israel, à medida que as hostilidades se intensificavam. O exército israelita anunciou a intercepção de mísseis provenientes do Irão, enquanto a mídia estatal iraniana reportou contra-ataques com drones.
O aumento das tensões refletiu-se no mercado petrolífero, com os preços do crude a subirem mais de 4% nas primeiras horas de negociação.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, apelou à China para ajudar a impedir que o Irão feche o Estreito de Ormuz, rota crucial por onde passa cerca de um quinto da produção petrolífera mundial.
Face à ameaça iraniana contra bases norte-americanas no Médio Oriente, o Departamento de Estado dos EUA emitiu um alerta mundial para os cidadãos americanos, advertindo para possíveis manifestações e riscos à segurança.
Apesar do impacto, o Pentágono negou que o objetivo fosse derrubar o regime iraniano, mas o presidente Trump levantou a hipótese de uma mudança de regime caso o atual governo não consiga “fazer o Irão grande novamente”.
No terreno, protestos contra os ataques de Israel e EUA têm mobilizado cidadãos em Teerão, enquanto relatos indicam dezenas de vítimas e feridos em confrontos e bombardeamentos.
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Anuncie aqui: clique já!O diretor da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, declarou que foram visíveis crateras na instalação de Fordo, mas que ainda é impossível avaliar completamente os danos subterrâneos. Grossi alertou que ataques armados a instalações nucleares “nunca deveriam ocorrer” devido ao risco de libertação radioativa com consequências graves.
Diversos países e organizações internacionais manifestaram preocupação com a escalada. Emirados Árabes Unidos, Catar e Omã pediram desescalada, França, Alemanha e Reino Unido instaram o Irão a não tomar ações que possam desestabilizar a região, enquanto a Coreia do Norte condenou o ataque como uma violação da Carta das Nações Unidas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, acusou os EUA de sabotarem a diplomacia nuclear e viajou para Moscovo para negociações com Vladimir Putin. Rússia, China e Paquistão propuseram uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que exige um “cessar-fogo imediato” no Irão.