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Internacional/Médio-Oriente: Israel Retoma Ataques em Rafah e Suspende Ajuda Humanitária Horas Após “Reforçar” o Cessar-Fogo

Em meio a acusações mútuas de violações do acordo mediado pelos EUA, ataques israelitas em Rafah deixam pelo menos 33 mortos e reacendem as tensões na Faixa de Gaza.

O governo de Israel anunciou que começou a “reforçar” o cessar-fogo em Gaza, poucas horas depois de realizar bombardeamentos mortais na cidade de Rafah, no sul do território palestiniano. Os ataques, que deixaram pelo menos 33 mortos, foram os primeiros desde a entrada em vigor do cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, no final da semana passada.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram ter iniciado uma “nova fase de aplicação” do cessar-fogo, após uma ofensiva aérea em resposta a um ataque contra as suas tropas estacionadas na área.

Num comunicado publicado na rede X, o exército israelita declarou que “terroristas dispararam um míssil antitanque e tiros de armas automáticas contra as tropas israelitas que operavam em Rafah, em conformidade com o acordo de cessar-fogo”.

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“Em resposta, a IDF iniciou ataques na área para eliminar a ameaça e destruir túneis e estruturas militares utilizadas por grupos terroristas”, acrescentou a nota, salientando que tais ações “constituem uma violação flagrante do acordo de cessar-fogo”.

Fontes palestinianas afirmam que os bombardeamentos provocaram dezenas de mortos e feridos, aumentando a tensão entre Israel e o Hamas, que acusou Telavive de ter violado o acordo pelo menos 50 vezes desde a sua entrada em vigor.

Ainda no domingo, um responsável israelita anunciou a suspensão da entrada de ajuda humanitária em Gaza “até nova ordem”, medida que foi revertida uma hora depois, sob forte pressão dos Estados Unidos, segundo a imprensa israelita.

Mais cedo, Benjamin Netanyahu deixou uma reunião do gabinete de governo para participar em consultas de segurança sobre os confrontos em Rafah.

Por sua vez, o Hamas negou qualquer envolvimento direto nos incidentes, alegando que a comunicação com as suas unidades em Rafah foi cortada há meses. O grupo responsabilizou Israel por “atos contínuos de agressão e intimidação contra civis”, incluindo tiros diretos, detenções arbitrárias e bombardeamentos deliberados.

Em comunicado, o movimento afirmou que as violações israelitas representam “a continuação da política de ocupação e violência, apesar do fim declarado da guerra”.

O Hamas acusou ainda Israel de não cumprir uma cláusula essencial do acordo mediado pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump, que determinava a abertura de todas as passagens fronteiriças de Gaza, incluindo Rafah, para permitir operações de ajuda em larga escala.

Segundo o acordo, deveriam entrar 600 camiões de ajuda por dia, número que foi reduzido pela autoridade israelita COGAT para apenas 300.

No sábado, Netanyahu anunciou que a passagem de Rafah permaneceria encerrada e que a entrada de ajuda continuaria limitada, acusando o Hamas de não cumprir a sua parte do acordo.

O acordo de cessar-fogo previa ainda a troca de prisioneiros e reféns como parte da primeira fase do plano norte-americano.

O Hamas detinha 20 reféns vivos e os corpos de 28 reféns mortos. Até ao momento, entregou os 20 vivos e 12 dos mortos, mas afirma não conseguir recuperar os restantes corpos, que estariam presos sob os escombros.

O grupo pediu equipamentos pesados de escavação para retirar os corpos, mas Israel recusou autorizar a entrada das máquinas em Gaza, o que mantém o impasse humanitário e político.

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