SUSPEITAS E DENÚNCIAS – A situação de R. Kelly, atualmente detido no centro penitenciário federal de Butner, na Carolina do Norte, voltou a gerar polémica. De acordo com a revista People, o cantor de R&B sofreu uma overdose de medicamentos na sexta-feira passada, enquanto se encontrava em isolamento. O incidente obrigou a uma hospitalização de dois dias num centro médico local.

Segundo os seus advogados, este episódio não terá sido acidental. Pelo contrário, alegam que os médicos da prisão administraram doses incorretas de medicamentos, colocando deliberadamente a vida do artista em risco.

« Uma quantidade excessiva » e « possivelmente intencional »

Beau Brindley, advogado de R. Kelly, que cumpre pena de 30 anos de prisão por crimes sexuais e pornografia infantil, afirma que os agentes prisionais forçaram o cantor a tomar doses perigosas de medicamentos para a ansiedade e para dormir, entre outros não identificados.

De acordo com documentos entregues ao tribunal a 17 de junho, no dia seguinte à administração da medicação, Kelly terá sofrido tonturas, caído e perdido a consciência, resultado direto da sobredosagem.

Falta de cuidados médicos e risco de morte

Brindley acusa ainda o Gabinete Federal de Prisões de negligência continuada, referindo que a vida do seu cliente está em perigo devido à recusa de uma cirurgia essencial para remover coágulos dos pulmões.

“Ele pode morrer por falta deste tratamento e não existe qualquer justificação legítima para essa omissão”, denuncia o advogado.

Acusações de conspiração para o assassinar

A polémica não fica por aqui. A defesa do músico já havia entregue, a 10 de junho, um pedido de libertação urgente com base num suposto complô para o matar. Segundo o relato, um recluso chamado Mikeal Glenn Stine afirmou ter sido contratado para assassinar Kelly e acabou transferido para a mesma ala da prisão onde este cumpre pena.

Ainda segundo os advogados, foi o próprio Stine quem avisou o cantor sobre a conspiração. Até ao momento, não foi marcada qualquer audiência sobre o pedido urgente, que as autoridades classificam como “fantasioso” e “teatral”.

Isolamento punitivo e pedido de clemência a Trump

Brindley acrescenta que o seu cliente foi colocado em isolamento de forma punitiva, após a entrega da referida petição. A overdose teria ocorrido pouco depois, o que reforça, segundo a defesa, a gravidade da situação.

Por seu lado, o procurador assistente Jason Julien defende que o isolamento visava proteger o cantor, lembrando que R. Kelly é um “pedófilo em série” que nunca reconheceu os crimes cometidos e “provavelmente nunca o fará”.

Apesar de tudo, o advogado não desiste de obter a liberdade do seu cliente. Confirmou estar em contacto com pessoas próximas de Donald Trump e já formalizou um pedido de indulto presidencial.