Moçambique: Abatido líder que recrutava insurgentes numa ervanária em Cabo Delgado

A morte do xeque Njile North foi só hoje confirmada, apesar de a SAMIM esclarecer que já aconteceu há uma semana numa operação em que foi destruída a base que liderava em Chitama, distrito de Nanagade, que faz fronteira com a Tanzânia.

A ação militar levou também à morte de outros 18 rebeldes.

Ao xeque é atribuído o nome de registo de Rajab Awadhi Ndanjile, natural da aldeia de Litinginya, nas imediações do distrito de Nangade.

« Foi líder da seita religiosa da Al Sunnah wa Jama’ah », nome dado pela SAMIM ao movimento insurgente, considerando-o « determinante no recrutamento e doutrinação de membros do grupo ».

« Acredita-se que Njile North tenha dirigido uma ervanária na sua aldeia, onde aproveitava para persuadir cidadãos comuns a insurgirem-se contra o governo de Moçambique », detalha a SAMIM em comunicado.

A missão indica que o xeque « esteve envolvido na orquestração do primeiro ataque [da insurgência] a Mocímboa da Praia, a 5 de outubro de 2017 », faz na terça-feira quatro anos — além de « subsequentes ataques terroristas a aldeias, rapto de mulheres e crianças que mais tarde foram transformadas em combatentes terroristas ».

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda, a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.

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