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Moçambique/Economia: França e União Europeia reforçam ligação ferroviária entre Moçambique e África do Sul com mais de €144 milhões

O investimento visa duplicar a linha de Ressano Garcia, melhorar a eficiência do transporte ferroviário e preparar Moçambique para um sistema de logística mais sustentável e resiliente até 2030

França e União Europeia anunciam financiamento superior a €144 milhões para duplicação da linha de Ressano Garcia

A Embaixada de França em Moçambique anunciou esta sexta-feira um financiamento de €114 milhões para a duplicação da linha ferroviária de Ressano Garcia, que liga Maputo à fronteira com a África do Sul.

Segundo declarou o embaixador francês Yann Pradeau, o apoio será canalizado através de dois empréstimos da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), num total de 133 milhões de dólares, marcando “uma etapa fundamental na parceria com o setor dos transportes que remonta à década de 1980”.

O diplomata salientou ainda que o financiamento é destinado à empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), com o objetivo de melhorar o sistema de transportes no país.

Na mesma cerimónia, a União Europeia anunciou um apoio adicional de €30 milhões para o mesmo projeto, destacando que o fundo visa tornar os portos e linhas ferroviárias de Moçambique mais sustentáveis, inteligentes e resilientes.

O presidente do Conselho de Administração da CFM, Agostinho Langa, referiu que, com este investimento, a empresa pretende aumentar a capacidade da linha para cerca de 19 milhões de toneladas por ano e reforçar a eficiência das operações ferroviárias.

“Com este financiamento, vamos concluir a duplicação da linha de Ressano Garcia, como aqui foi dito. Vamos aumentar a capacidade da linha para cerca de 19 milhões de toneladas por ano, mas acima de tudo, queremos melhorar a eficiência das nossas operações ferroviárias”, afirmou Langa.

O dirigente acrescentou que o próximo passo poderá passar pelo investimento em mais material circulante, nomeadamente locomotivas e vagões, uma necessidade que já se faz sentir, dado que a CFM opera atualmente em território zimbabweano, nas linhas de Chicualacuala e Machipanda.

O Governo moçambicano já tinha anunciado a intenção de investir cerca de €193,3 milhões até 2030, com foco na duplicação de linhas ferroviárias e na aquisição de carruagens, locomotivas e vagões, reforçando assim a capacidade de transporte de passageiros e mercadorias.

Em abril, aquando da inauguração de três novas locomotivas em Maputo, o ministro dos Transportes e Comunicações, João Matlombe, afirmou que, no sistema ferroviário sul e centro, sob gestão direta da CFM, está previsto um investimento de cerca de 14 mil milhões de meticais (cerca de €193,3 milhões) entre 2025 e 2030 para projetos estratégicos.

O ministro sublinhou também que o governo tenciona concluir a duplicação dos últimos 25 quilómetros da linha de Ressano Garcia e adquirir mais de 30 carruagens com o objetivo de aumentar a capacidade do transporte de passageiros.

Até 2030, o executivo prevê ainda a aquisição de pelo menos 250 vagões para o transporte de minerais e 15 novas locomotivas.

As três locomotivas inauguradas recentemente custaram 422,4 milhões de meticais (€5,8 milhões) e destinam-se a reforçar o transporte ferroviário de passageiros na Grande Maputo, reconhecendo-se o seu impacto positivo no desenvolvimento das comunidades.

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