Benedict Peters, um proeminente bilionário africano e Diretor Executivo da Aiteo, a principal empresa independente de petróleo em África, adquiriu recentemente uma participação significativa no bloco de gás de Mazenga, em Moçambique. Este movimento marca uma expansão estratégica dos interesses energéticos da Aiteo num dos maiores blocos de gás onshore da África Subsariana.
O bloco Mazenga, situado na fértil bacia sedimentar de Moçambique, estende-se por aproximadamente 23.000 quilómetros quadrados. Possui uma estimativa de 19 triliões de pés cúbicos de gás, posicionando-o como a maior reserva de gás onshore na região. A aquisição da Aiteo envolveu um acordo e uma série de acordos de farm-in com a empresa estatal de energia de Moçambique, Empressa Nacional de Hidocarbonetos (ENH), através dos quais se tornou o operador do bloco.
Em resposta à aquisição, a Aiteo iniciou um ambicioso programa de desenvolvimento. O programa inclui estudos geológicos aeromagnéticos e gravitacionais, levantamentos de campo abrangentes e a reinterpretação e reprocessamento de dados existentes.
Peters, o CEO da Aiteo, enfatizou a determinação da empresa em investir significativamente no sector de gás de Moçambique. Afirmou: “Os activos que estamos a adquirir situam-se no que é indiscutivelmente a região de produção de gás mais promissora do país. Este projeto alinha-se com os nossos objectivos estratégicos de nos envolvermos em activos energéticos únicos em toda a África, melhorando o nosso perfil e aumentando os nossos recursos globais de gás para nos tornarmos um ator líder no continente. Estamos empenhados em desenvolver estes activos para benefício mútuo de Moçambique e de todas as partes interessadas envolvidas.”
Moçambique é um ator significativo no mercado global de gás, detendo cerca de 100 triliões de pés cúbicos de reservas de gás comprovadas a partir de 2017. Isto coloca o país em 14º lugar a nível mundial e representa aproximadamente um por cento das reservas globais de gás natural. A presença de gigantes internacionais da energia como a Total, a ENI e a ExxonMobil no país sublinha a importância estratégica de Moçambique no panorama energético internacional, particularmente no mercado de exportação de gás natural liquefeito (GNL).
A Aiteo, sob a liderança de Peters, estabeleceu-se como o maior produtor de petróleo nacional de África, contribuindo com mais de cinco por cento da produção diária de petróleo da Nigéria, com uma taxa de produção próxima dos 100.000 barris por dia. Num desenvolvimento notável, a empresa lançou um novo tipo de petróleo bruto, Nembe, em novembro de 2023, através de uma joint venture com a Nigerian National Petroleum Corporation (NNPC). O Nembe distingue-se pelo seu baixo teor de enxofre e pela reduzida pegada de carbono, cumprindo os requisitos rigorosos dos principais compradores europeus.
Para além da Aiteo, o império empresarial de Peters estende-se à Bravura Holdings, um conglomerado mineiro verticalmente integrado com interesses em ouro, platina, cobre, aço, lítio e outros minerais na África Austral, Central e Ocidental. As suas posições mineiras estratégicas fazem dele o maior mineiro negro privado do continente. É também o proprietário da Joseph Agro Industries, um dos principais produtores de arroz na África Ocidental, entre outras empresas. Este último empreendimento no sector do gás em Moçambique é mais um marco significativo na carteira de negócios diversificada e em expansão de Peters.
