O Governo de Moçambique anunciou avanços significativos no processo de criação do Banco Nacional de Desenvolvimento (BND), uma instituição concebida para estimular o crescimento económico estruturado e inclusivo num contexto marcado por desafios como choques climáticos e instabilidade regional.
Após a reunião semanal do Conselho de Ministros, realizada na terça-feira, o porta-voz do Governo, Inocencio Impissa, confirmou que vários passos preparatórios já foram concluídos, incluindo a elaboração do enquadramento legal inicial, que será submetido a consulta pública nos próximos dias.
“O Banco Nacional de Desenvolvimento é um instrumento importante para alavancar o desenvolvimento nacional de forma estruturada e inclusiva”, afirmou o porta-voz, destacando que a iniciativa se enquadra no esforço de criar linhas de financiamento para o setor produtivo e acelerar a recuperação económica.
A nova instituição financeira deverá canalizar fundos para setores estratégicos como a agricultura, as infraestruturas e a indústria, procurando resolver gargalos históricos do desenvolvimento e fortalecer a capacidade de resposta a choques externos.
Segundo Impissa, o processo é acompanhado por melhorias na estabilidade macroeconómica e maior coordenação de políticas públicas, apoiadas por parcerias em curso com atores internacionais de desenvolvimento.
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Especialistas sublinham que a criação de um banco deste tipo pode ter impactos estruturantes na economia moçambicana. Ao oferecer linhas de crédito direcionadas e condições adaptadas às necessidades locais, o BND pode estimular investimentos de longo prazo em áreas que tradicionalmente têm dificuldade de acesso a financiamento.
Além disso, a presença de uma instituição dedicada ao desenvolvimento poderá reduzir a dependência de financiamento externo, aumentar a competitividade do setor produtivo e gerar emprego de forma mais distribuída pelo território, favorecendo um crescimento económico mais equitativo.
Ao canalizar recursos para projetos que aumentem a resiliência face a eventos climáticos e a instabilidade na região, o banco também pode contribuir para maior estabilidade social e económica, criando um ecossistema mais robusto para o investimento privado.
A consulta pública que se aproxima será determinante para definir o alcance e as prioridades desta nova instituição, que poderá tornar-se um pilar central da estratégia económica de Moçambique nas próximas décadas.