O ativista moçambicano dos direitos humanos, André Mulungo, levantou sérias dúvidas sobre os acordos militares entre Moçambique e o Ruanda.
“É contraditório quando tens um Presidente da República que viaja para o Ruanda num contexto em que se fala de um acordo, que se presume ser para reforçar a presença dos militares ruandeses em Cabo Delgado, e enquanto fazes isso descartas os teus homens internamente, como é possível?”, questionou Mulungo.
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Comprar um espaço para minha empresa.As declarações surgem na sequência de um protesto ocorrido no início da semana, em Nampula, onde cerca de 300 desmobilizados denunciaram ter combatido o terrorismo em Cabo Delgado e, após um ano, regressado sem qualquer pagamento nem reintegração no exército.
Para o ativista, a situação levanta riscos preocupantes:
“Sendo pessoas insatisfeitas com o sistema, há vulnerabilidade. Podem facilmente ser recrutadas por grupos terroristas. Mas existe também o risco de se organizarem entre si, formando outro grupo que pode constituir ameaça ao próprio Estado”, alertou.
Até ao momento, o Ministério da Defesa ainda não reagiu ao caso, que já está a gerar acesos debates em Moçambique.