A vice-ministra da saúde moçambicana, Lídia Cardoso, considerou hoje que as vacinas doadas hoje a Moçambique chegam « num momento oportuno », porque o país está a registar uma terceira vaga de infeções.
« Este donativo chega ao nosso país num momento oportuno, numa altura em que o país está a ser assolado por uma terceira vaga de covid-19 », explicou, no Aeroporto de Maputo, durante a receção de 50 mil doses da vacina Vaxzevria (AstraZeneca) oferecidas por Portugal.
Foram as primeiras a ser entregues, no mesmo dia em que outras 108 mil vão ser doadas pelo mecanismo Covax, graças a um apoio francês.
« Desde meados do mês de junho, o número de novas infeções apresenta um acentuado aumento », realçou a governante.
Em apenas quatro dias, o número de mortes em julho ascendia no domingo a 26, ultrapassando assim o total registado em maio (22), que tinha sido o mês com o número mais baixo de casos e de óbitos por covid-19 desde o pico de 274 mortos e mais de 20.000 infeções em fevereiro.
As vacinas « devem ser combinadas com as demais medidas de prevenção », sob pena de não surtirem efeito, sublinhou.
O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação português, Francisco André, destacou que Moçambique é o « maior destinatário da cooperação portuguesa » e, no caso concreto da luta contra a covid-19, o lote de vacinas hoje entregue é o primeiro.
« Estamos a trabalhar para que um segundo lote semelhante se possa seguir, a curto prazo », referiu.
Por outro lado, espera que seja conduzida uma « remessa idêntica » para « outros países parceiros de cooperação », ainda « durante este mês e durante o verão », considerando que esta é uma pandemia que deve ser gerida em conjunto.
« Nós temos uma relação de solidariedade e um relacionamento especial entre os nossos países », disse na cerimónia de hoje, no aeroporto de Maputo, assinalando que o relacionamento deve ser « aprofundado nas mais diversas áreas ».
« Temos de estar presentes nos momentos que são difíceis para uns e para outros », sublinhou.
Moçambique tem um total acumulado de 904 mortes e 80.151 casos de covid-19, 89% dos quais recuperados.