Várias regiões do mundo devem registrar temperaturas recordes esta semana nos Estados Unidos, Europa e Ásia, o que obriga as autoridades a adotar medidas drásticas contra as temperaturas extremas, que representam o exemplo mais recente da ameaça da mudança climática.
O centro meteorológico italiano CNI emitiu um alerta para “a onda de calor mais intensa do verão (hemisfério norte) e uma das mais intensas de todos os tempos”.
O sul da Itália pode registrar a partir deste semana temperaturas levemente superiores a 38°C na Sardenha, Sicília, Calábria e Apúlia, com “máximas de 40°C ou mais, em particular no segunda”.
Em Roma, a temperatura pode subir a 40°C na segunda-feira e alcançar entre 42°C e 43°C graus na terça-feira, superando o recorde de 40,5°C de agosto de 2007.
A ilha da Sardenha também pode superar os 48,8°C de 11 de agosto de 2021, a temperatura mais elevada que já foi registrada na Europa.
Onda de calor nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, a intensa onda de calor se estende da Califórnia ao Texas e o pico da temperatura está previsto para a semana.

Durante toda a semana, milhões de pessoas dos estados do sudoeste sofreram os efeitos do calor extremo, que representa um risco para os idosos, trabalhadores do setor de construção, carteiros, entregadores e pessoas sem-teto.
Fênix, a capital do Arizona, registrou na sexta-feira o 15º dia consecutivo de temperatura acima dos 43°C, segundo o Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos (NWS, na sigla em inglês).
O Vale da Morte, na Califórnia, foi cenário de um grande incêndio na sexta-feira. A região, um dos lugares mais quentes da Terra, também alcançou novos picos no domingo, com 54°C.
Algumas regiões da China, incluindo a capital Pequim, sofrem há várias semanas com períodos de calor intenso combinados com fortes chuvas.
No Japão, a agência meteorológica recomendou medidas de precaução à população durante o fim de semana, quando as temperaturas podem alcançar de 38°C a 39°C.

A cidade de Akita, no norte do país, registrou em apenas algumas horas a quantidade de chuva que estava prevista para todo o mês de julho, informou o canal NHK.
A tempestade provocou um deslizamento de terra e 9.000 pessoas foram obrigadas a procurar abrigos.
Riscos de incêndios
Mundialmente, o mês passado foi o mês de junho mais quente já registrado, segundo a agência europeia Copernicus, a Nasa e a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos.
A primeira semana de julho foi a mais quente já registrada, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O calor é um dos eventos meteorológicos mais mortais, recordou a OMM. No verão do ano passado, apenas na Europa, as fortes temperaturas provocaram mais de 60.000 mortes, com 18.000 vítimas fatais na Itália, o país mais afetado, segundo um estudo publicado recentemente na revista Nature Medicine.
Além disso, a onda de calor aumenta o risco de incêndios.
Na Grécia, que registrou grandes incêndios florestais em 2021, as autoridades alertaram para o risco elevado de novos incidentes, em particular nas regiões com previsões de fortes ventos.
Na América do Norte, o verão é marcado por uma série de catástrofes meteorológicas. A fumaça de mais de 500 focos de incêndios fora de controle no Canadá provocou vários episódios de poluição atmosférica que afetaram diversas áreas do nordeste dos Estados Unidos em junho.