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Nos EUA: Preso condenado à morte sai em liberdade após quase 30 anos

Um preso que foi condenado à morte pelo homicídio de uma criança de 4 anos em 1998 e permaneceu detido quase 30 anos saiu hoje em liberdade de uma penitenciária em Phoenix (Arizona), nos EUA.

Walter Ogrod passou as quase três décadas na prisão – durante vários anos esteve no « Corredor da Morte » -, depois de condenado por assassinar uma menina de 4 anos em Filadélfia, mas foi libertado hoje após vários juízes terem concluído pela « grande probabilidade de estar inocente ».

O ex-preso deixou o « Corredor da Morte » e a Instituição Estatal Correcional de Phoenix horas depois de ver alterada a sua pena pela morte de Barbara Jean Horn, em 1988.

O advogado de defesa, James Rowlings, indicou que Ogrod está « bastante satisfeito e aliviado por sair da prisão », referindo que o seu cliente está também « muito cansado ».

Na sessão final da audiência que permitiu a Ogrod sair em liberdade, os procuradores pediram desculpa ao ex-detido, que ainda corre o risco, embora pequeno, de ir pela terceira vez a julgamento.

« Lamento que tenham sido necessários 28 anos para ouvir o que Barbara Jean estava a dizer-nos: que o senhor é inocente. As palavras que constam na sua declaração de confissão vieram de detetives da polícia de Filadélfia e não de si », disse a procuradora Carrie Wood a Ogrod, segundo uma nota do gabinete de advogados.

Durante as várias sessões das sucessivas audições, os advogados de Ogrod afirmaram que a polícia exerceu uma forte coação para que o acusado assinasse uma confissão falsa no caso da morte de Barbara Jean, cuja acusação, por seu lado, reconheceu que a menina poderia ter morrido por asfixia e não devido a golpes na cabeça.

Os advogados admitiram também que os informadores dentro da própria cadeia « fabricaram declarações » contra Ogrod e que os relatos das testemunhas sobre um homem que deixou os restos mortais num caixote não coincidem com a aparência do detido.

A menina foi encontrada morta num caixote a 300 metros da casa onde residia, em Julho de 1988. Barbara Jean tinha feridas e hematomas na cabeça.

Ogrod, então com 23 anos, actualmente com 55, morava nas proximidades e foi detido quatro anos depois.

Na notícia, reportada pela agência noticiosa Associated Press (AP), não é referido que Ogrod vai pedir uma indemnização pelos 28 anos em que esteve ilegalmente detido.

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