Práticos em todas as situações, os fones de ouvido sem fio funcionam por radiação e radiofrequência muito perto do cérebro. Isso levanta questões sobre os possíveis efeitos para a saúde. Então, qual é o veredicto para o uso diário? Especialistas respondem.
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Em 2011, o Centro Internacional de Pesquisa sobre o Câncer classificou as radiações RF (como as dos fones Bluetooth) como potenciais cancerígenas de classe 2B para os seres humanos. Embora sejam considerados mais seguros do que radiações ionizantes, esses raios podem estar associados a riscos para a saúde, incluindo câncer, fertilidade e audição. Embora não haja provas concretas sobre os danos dos fones Bluetooth, é recomendada a moderação para reduzir os riscos potenciais associados à exposição a radiações RF.
O que dizem os especialistas sobre o uso dos fones?
No transporte, durante a corrida, para relaxar ou até para sobreviver no open space… Todos os dias existem muitas razões para usar os fones ou o headset Bluetooth. Mas será que a exposição diária às radiações de radiofrequência (RF) pode afetar a saúde? A dúvida é válida.
Que radiação emitem os meus fones?
Antes de tudo, é importante recordar que no espectro eletromagnético, os fones de ouvido emitem uma radiação RF « não ionizante de baixa potência », na extremidade inferior. Essa radiação é a mesma emitida por celulares e roteadores Wi-Fi. « Embora seja comprovado que as radiações ionizantes de alta energia (como raios-X e raios gama) causam danos celulares, as radiações não ionizantes de baixa frequência são consideradas, há muito tempo, mais seguras », explica a Dra. Janna Andrews, especialista em medicina radiológica, à revista Well & Good. Isso deve nos tranquilizar? Nem tanto. Alguns estudos recentes sugerem que nossos acessórios Bluetooth talvez não sejam completamente inofensivos.
Riscos que frequentemente surgem no debate
Várias pesquisas abordaram os potenciais riscos dessas radiações RF.
Risco de câncer? Algumas pesquisas sugerem uma possível ligação entre dispositivos sem fio e o aumento do risco de câncer. Em 2011, o Centro Internacional de Pesquisa sobre o Câncer da Organização Mundial de Saúde classificou as radiações RF como « possíveis » carcinogênicas para seres humanos, na classe 2B, o que significa que poderiam contribuir para o desenvolvimento do câncer. Uma meta-análise de maio de 2014 publicada na PLOS One encontrou uma « potencial » associação entre o uso prolongado de celulares e gliomas, um tipo de tumor cerebral.
Efeitos sobre a fertilidade. Um estudo de dezembro de 2018, publicado na Reproductive Biology and Endocrinology, revelou que os campos eletromagnéticos de radiofrequência (CEM) podem prejudicar a qualidade do esperma, afetar o metabolismo celular e causar estresse oxidativo, fatores que podem contribuir para a infertilidade nos homens.
Problemas auditivos. A exposição prolongada às radiações RF também pode afetar a audição. Vários estudos sugerem uma ligação entre dispositivos sem fio e perda auditiva. A radiação RF proveniente do uso de celulares também pode desencadear ou agravar o zumbido nos ouvidos.
Estresse oxidativo e danos celulares. Por fim, pesquisas indicam que as radiações RF podem estressar as células do corpo e levar à formação de espécies reativas de oxigênio (ROS), moléculas instáveis que podem danificar o DNA, segundo a American Cancer Society.
Os fones de ouvido podem ser prejudiciais?
Apesar dos riscos estudados, não há evidências sólidas de que os fones Bluetooth, em particular, sejam perigosos, explica o Dr. Jonathan Rasouli, neurocirurgião. Isso não significa que não haja risco, mas que não há uma confirmação definitiva sobre o assunto.
Por exemplo, estudos com animais sugeriram uma relação entre radiações RF e tumores, mas os resultados foram inconsistentes e não foram reproduzidos em estudos com humanos. As pesquisas em larga escala sobre o uso de celulares também não estabeleceram uma ligação direta entre radiações RF e tumores cerebrais ou câncer. Além disso, os aparelhos Bluetooth hoje emitem apenas 10% dos limites estabelecidos para exposição segura.
Até o momento, portanto, não há dados sólidos que indiquem que os fones sem fio apresentem riscos significativos à saúde. « No entanto, a moderação é essencial, como em qualquer tecnologia », afirma o Dr. Rasouli.
Dicas para uma escuta consciente e sem riscos
Embora o uso prolongado de fones possa afetar a saúde auditiva, existem algumas recomendações para um uso mais seguro:
- Limitar o uso prolongado: Ouvir música em volume alto por longos períodos pode causar perda auditiva.
- Reduzir o volume: Mantenha o volume abaixo de 85 decibéis (dB) e limite o tempo de uso para no máximo 8 horas por dia.
- Evitar dormir com fones de ouvido: Isso pode causar infecções bacterianas, acúmulo de cera e até perda auditiva.
- Considerar fones com fio: Se você tem receio da radiação RF.
- Manter os fones limpos: Limpe-os regularmente com lenços embebidos em álcool para evitar o acúmulo de bactérias e infecções nos ouvidos.