É um facto comprovado: a solidão é má para a saúde. E, de acordo com um novo estudo chinês, o isolamento social reduz mesmo a esperança de vida.

Em 2022, cerca de 11% dos jovens e adultos com mais de 15 anos encontravam-se numa “situação de isolamento relacional”, de acordo com um estudo da Fondation de France publicado no início de 2023. Em termos simples: milhares de franceses nunca (ou quase nunca) se encontram com ninguém fora da sua própria casa.

A solidão afecta principalmente as pessoas com rendimentos modestos, bem como os desempregados. Em 2022, 21% dos desempregados estarão a sofrer de solidão, o que representa um aumento de 3% em relação a 2020.

Um novo estudo realizado por investigadores da Universidade de Medicina de Harbin (China) diz tudo: a solidão é prejudicial para a saúde e pode mesmo reduzir a esperança de vida. Para chegar a esta conclusão assustadora, os investigadores chineses analisaram 90 estudos anteriores que envolveram mais de 2,2 milhões de pessoas em todo o mundo.

A solidão favorece os maus hábitos de vida
O resultado: as pessoas que sofrem de isolamento social e que relatam um sentimento persistente de solidão têm um risco acrescido de morrer mais cedo, nomeadamente de cancro ou de doenças cardiovasculares.

Como é que isto se explica? Para os investigadores, trata-se de uma questão de hábitos de vida: “as pessoas que vivem sozinhas têm menos probabilidades de fazer uma alimentação equilibrada e de praticar exercício físico regularmente. Pelo contrário, têm mais probabilidades de fumar e de beber álcool”. Além disso, os cientistas observaram que a solidão também prejudica a eficácia do sistema imunitário e favorece a inflamação crónica.

Para combater o isolamento social, as autoridades sanitárias americanas emitiram recentemente algumas recomendações: inscreva-se em actividades de grupo (um coro, uma aula de cerâmica ou de pintura, um grupo de caminhada, etc.), não fique sozinho quando se sentir deprimido (telefone a um familiar, a um amigo, a um vizinho, etc., ou simplesmente converse com um comerciante) e limite as práticas que favorecem os sentimentos de solidão (redes sociais!).