Saúde: China volta a alertar para nova vaga de casos da COVID-19

Depois de três anos a lidar com a covid-19, a Organização Mundial de Saúde decretou o fim da pandemia. Contudo, a China foi um caso particular em todo o processo, optando por uma estratégia de contenção do SARS-CoV-2 ligeiramente diferente do resto do mundo. Agora, os confinamentos obrigatórios já não são a regra, mas o problema continua longe de estar solucionado. Esta terça-feira, novo alarme em Pequim perante uma nova onda de casos de covid-19: o número de infeções pode chegar aos 65 milhões de novos casos por semana, até ao final de junho.

O jornal espanhol La Vanguardia cita o especialista em doenças respiratórias e antigo presidente da Associação Médica Chinesa, Zhong Nanshan – que identificou os primeiros casos de infeção por coronavírus em 2003 -, que explica que uma nova variante do SARS-CoV-2, a XBB, se tem propagado mais rapidamente na China, desde o final de abril. Zhong estima que a conjuntura atual resulte em 40 milhões de novas infeções por semana até ao final de maio e cerca de 65 milhões de novos casos, a cada sete dias, até ao final de junho.

O alerta de Zhong Nanshan foi feito numa conferência de biotecnologia na cidade de Guangzhou, no sul do território chinês.

Esta estimativa traz um raro vislumbre de como a nova onda de covid-19 se poderá vir a desenrolar na China, tendo em conta que o Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças deixou de atualizar as estatísticas semanais, impedindo que seja público qual o real impacto do SARS-CoV-2 no país.

Seis meses sem medida Covid Zero

Tudo isto ocorre quase seis meses depois da reversão repentina das políticas Covid Zero, impostas pelo regime de Xi Jinping desde o início da pandemia.

Zhong adiantou ainda que a China está a preparar-se para lançar um novo tipo de vacinas, dedicadas à nova variante XBB. Há pelo menos quatro projetos de fármacos a decorrer, sendo que dois deles “serão autorizados em breve”, como garantiu o especialista.

Esta estimativa de 65 milhões de casos semanais indica que este novo pico da covid-19 na China será mais moderado do que o que ocorreu no final do ano passado, quando se registaram cerca de 37 milhões de casos por dia.

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