Sudão: Mais de 670 mortos em um mês de conflito no Sudão sem paz à vista

O exército acusa os paramilitares de se refugiarem em instituições civis, incluindo hospitais, bem como de ocuparem casas de civis para evitarem bombardeamentos aéreos em zonas residenciais.

Os bombardeamentos e confrontos entre o exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) prosseguiram esta segunda-feira em Cartum e nos arredores, um mês após o início do conflito militar, que já matou mais de 670 pessoas.

Moradores da capital sudanesa disseram à agência EFE que, desde a manhã desta segunda-feira, se têm ouvido fortes explosões, aparentemente causadas por bombardeamentos aéreos, nas três cidades que constituem o estado de Cartum.

Os bombardeamentos tiveram lugar em zonas a sul e a norte da capital, bem como a leste do Nilo, contra posições paramilitares, que têm vindo a combater o exército desde 15 de abril.

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Testemunhas oculares afirmaram ter visto drones do exército a bombardear tanques militares dos paramilitares nas proximidades das suas quintas no sul e leste de Cartum, bem como “cadáveres de combatentes das FAR”.

Hospital bombardeado

Os residentes afirmaram, ainda, que vários projéteis caíram perto do hospital Sharq al Nil, um dos vários centros médicos que foram desalojados à força pelos paramilitares para os utilizar como forma de proteção contra os bombardeamentos do exército após a destruição dos seus campos em Cartum.

Em comunicado, as FAR acusaram hoje o exército de ter bombardeado o hospital e de ter causado “mortes e ferimentos a dezenas de pessoas”, sem esclarecer se se tratava de civis ou de paramilitares.

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O exército acusou repetidamente os paramilitares de se refugiarem em instituições civis, incluindo hospitais, bem como de ocuparem casas de civis para evitarem bombardeamentos aéreos em zonas residenciais.

As duas partes deste conflito acusam-se mutuamente de terem feito descarrilar sucessivas tréguas anunciadas desde o início dos combates, sendo a última uma trégua de sete dias patrocinada pelo Sudão do Sul, que terminou na passada quinta-feira.

Nesse dia, o exército e as FAR assinaram um acordo de princípios na cidade saudita de Jeddah, mediado pela Arábia Saudita e pelos Estados Unidos, e com a ajuda das Nações Unidas, para garantir o fluxo seguro de ajuda internacional aos sudaneses, proteger os civis e os trabalhadores humanitários.

As partes retomaram o diálogo indiretamente, e em grande segredo, para chegar a acordo sobre uma trégua de dez dias e um mecanismo que facilite a distribuição da ajuda.

Os combates fizeram até agora mais de 675 mortos, mais de 5.500 feridos e quase um milhão de deslocados internos ou refugiados noutros países, segundo a mais recente estimativa do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), divulgada este domingo.

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