Zimbabwe desmente envio de tropas a Moçambique

O governo zimbabweano desmente notícias postas a circular alegando que aquele país vizinho teria enviado tropas a Moçambique, com a missão de ajudar a combater extremistas islâmicos na região norte e homens armados na região centro.

O Executivo de Harare frisa que irá informar o povo, conforme exigido constitucionalmente, se as forças forem enviadas para fora do país, escreve o jornal estatal “Herald”.

A ministra da Defesa e Assuntos dos Veteranos de Guerra, Oppah Muchinguri-Kashiri, disse que o governo notou com preocupação a persistência de notícias falsas, alegando que o Zimbabwe havia enviado unidades do seu exército para combater uma insurgência do Estado Islâmico em Moçambique.

Em um comunicado de imprensa, a ministra disse que o envio de tropas aos países estrangeiros é regido pela Constituição e que os cidadãos serão informados sempre que o governo tomar essa decisão.

“O Ministério da Defesa e Assuntos dos Veteranos de Guerra gostaria de informar ao público que não é verdade que as Forças de Defesa do Zimbabwe enviaram tropas a Moçambique para combater alguns elementos armados que estão a desestabilizar aquele país. As alegações de envio (de tropas) não são apenas falsidades, mas também maliciosas, portanto “fake news” que devem ser descartadas com o desprezo que merecem. Sempre que as ZDF forem mobilizadas, a população será sempre informada em conformidade com os ditames da Constituição do país”, disse a ministra Muchinguri-Kashiri.

Refira-se que o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, reuniu-se na semana passada na cidade de Chimoio com o seu homólogo zimbabweano, Emmerson Mnangagwa, tendo discutido vários assuntos, entre os quais a situação da segurança na província nortenha de Cabo Delgado, bem como nas províncias de Manica e Sofala na região centro.

Mnangagwa é o actual presidente em exercício do Órgão de Política, Defesa e Segurança da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Cabo Delgado vive, desde Outubro de 2017, um cenário de guerra caracterizado por ataques armados, assassinato de populações indefesas e destruição de bens e infra-estruturas perpetrados por extremistas que declararam fidelidade ao Estado Islâmico.

Aliás, o Conselho Nacional de Defesa e Segurança (CNDS) na sua segunda reunião ordinária, que teve lugar nos finais do mês passado, declarou que os ataques em Cabo Delgado são de autoria do Estado Islâmico, uma organização terrorista. 

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