A tempestade tropical Ana atingiu hoje o norte de Moçambique com chuva intensa e rajadas de vento de 120 quilómetros por hora, segundo as últimas previsões.A primeira depressão atmosférica da época ciclónica do sudoeste do oceano Índico está a intensificar-se desde domingo, « devendo atingir o grau mínimo de ‘forte tempestade tropical’ até atingir a costa, a meio do dia, na zona de Angoche« , segundo o centro meteorológico da ilha de Reunião.
Aquele distrito costeiro faz parte da província nortenha de Nampula, a mais povoada de Moçambique.
« Preveem-se chuvas intensas nas regiões a norte da cidade da Beira e posteriormente no sul do Maláui« , detalha-se no boletim do centro de previsões francês especializado no acompanhamento de baixa pressões atmosféricas.
A Cruz Vermelha Internacional lançou na sexta-feira um alerta para o risco de a intempérie, acompanhada por inundações, poder afetar entre 25 a 300 mil pessoas.
As previsões meteorológicas do centro da ilha de Reunião afastam para já os piores cenários, prevendo que a tempestade tropical não chegue a ser um ciclone ao chegar a terra – altura em que as zonas de baixas pressões atmosféricas usualmente perdem força e começam a dissipar-se.
Há, no entanto, o risco de as chuvas intensas se prolongarem por toda a semana no norte e centro de Moçambique.
Apesar do cenário adverso que se prevê a partir de hoje, a atual época ciclónica (de outubro a abril) continua mais calma que a anterior.
Há um ano, Moçambique já tinha sido atingido pela tempestade tropical severa Chalane e pelo ciclone Eloise, com um balanço oficial total de 19 mortos, mas com relatos de autoridades locais a apontar para o dobro, só naquelas duas intempéries.
Na atual época de tempestades, pelo menos 14 pessoas morreram e outras 53.269 foram afetadas por desastres naturais, segundo o mais recente relatório do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) de Moçambique.