Internacional/Médio Oriente: Joe Biden considera que Benyamin Netanyahu “faz mais mal do que bem a Israel”.

President Joe Biden speaks at a campaign rally Saturday, March 9, 2024, at Pullman Yards in Atlanta. (AP Photo/Manuel Balce Ceneta)

No sábado, 9 de março, o Presidente americano condenou o seu homólogo israelita, que “deve ter mais cuidado com as vidas inocentes” na sua ofensiva em Gaza, referindo-se mesmo, pela primeira vez, a uma “linha vermelha”.

A paciência americana com o seu aliado israelita parece estar a atingir os seus limites. Joe Biden disse na noite de sábado, 9 de março, que Benyamin Netanyahu estava “a fazer mais mal do que bem a Israel” com a sua condução da guerra em Gaza, e também fez comentários ambíguos sobre a questão de uma “linha vermelha” que os americanos iriam traçar.

“Ele tem o direito de defender Israel, o direito de continuar a atacar o Hamas. Mas deve, deve, deve prestar mais atenção às vidas inocentes que se perdem em resultado das suas acções”, exigiu o presidente americano numa entrevista à MSNBC, acrescentando: “Na minha opinião, ele está a fazer mais mal do que bem a Israel”.

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Sem surpresa, Benyamin Netanyahu não gostou das críticas. Numa entrevista à revista Politico, afirmou que Joe Biden estava “errado” ao fazer tais declarações, negando que estivesse a agir contra os interesses do seu país.

Joe Biden foi também questionado durante esta entrevista sobre a existência de uma “linha vermelha” que considera que Israel não deve ultrapassar na sua ofensiva, e o jornalista perguntou-lhe em particular se uma ofensiva israelita maciça em Rafah, no sul do território palestiniano, seria uma delas. “É uma linha vermelha”, respondeu o democrata de 81 anos.

Mas acrescentou imediatamente: “Nunca abandonarei Israel. A defesa de Israel continua a ser extremamente importante. Não existe uma linha vermelha que me leve a suspender totalmente o fornecimento de armas” e, nesse caso, os israelitas deixariam de estar “protegidos pela Cúpula de Ferro”. A ajuda americana é crucial para o funcionamento deste sistema defensivo, que intercepta rockets e mísseis.

No entanto, Joe Biden acrescentou: “Há linhas vermelhas… Não é possível que morram mais 30.000 palestinianos”, fazendo eco do número de vítimas estimado pelo Hamas, que detém o poder no enclave.

O Presidente americano foi também evasivo quanto à possibilidade de uma nova visita a Israel, que visitou em outubro, pouco depois do ataque mortal do Hamas, e que incluiria um discurso no Parlamento. “Deveria fazer isso?”, perguntou-lhe o jornalista. “Sim”, respondeu simplesmente Joe Biden, mas sem dizer mais nada, e sem dizer se tinha sido convidado.

O Presidente americano já não esconde a sua frustração com o chefe do Governo israelita. Na quinta-feira, depois de um discurso no Congresso, os microfones captaram uma conversa informal em que disse, a propósito da necessidade de aumentar a ajuda humanitária a Gaza: “Ele vai ter de meter isso na cabeça”. “Quero ver um cessar-fogo”, insistiu Joe Biden, acrescentando que estava a falar de uma cessação das hostilidades de seis semanas como primeiro passo.

O chefe de Estado americano esperava que as tréguas chegassem até ao início do Ramadão. Mas enquanto a festa religiosa muçulmana deve começar no domingo ou na segunda-feira, as bombas continuam a chover em Gaza.

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