Comunicar é um acto bastante antigo. É um processo que remonta vários séculos antes do nosso e tornou-se praticamente indispensável. Várias comunidades e povos já manifestavam o interesse em comunicar de diversas formas mesmo no princípio dos tempos através dos sinais, da música, da pintura e da fala.
Em Moçambique, durante o período em que vigorou a escravidão, as pessoas eram obrigadas a usar somente a língua portuguesa, esta era uma forma de manifestação da tirania e opressão do povo português. As línguas nativas eram expressamente proibidas e, por isso, algumas delas foram se perdendo com o tempo.
Nas instituições públicas do nosso país, a língua dominante é a portuguesa. O mesmo ocorre em vários órgãos de comunicação social como as televisões, rádios e imprensa escrita, com excepção daqueles meios comunitários que hoje em dia também divulgam informação em línguas locais.
Ainda no nosso país, maior parte das pessoas que tem o português como sua primeira língua são aquelas que nasceram nas cidades, entretanto, maior parte da população moçambicana usa línguas bantu, com destaque para macua, xichangana em segundo lugar e lomuè em terceiro. Moçambique conta com 43 línguas, das quais, 41 são línguas bantu, chamadas “línguas nacionais” na Constituição, e as restantes são o português e a língua de sinais.
Moçambique é um país privilegiado do ponto de vista linguístico, pois, ao longo do território nacional, são faladas cerca de 20 idiomas. A província com maior número de línguas locais é a de Tete, com cinco, cinyungwe, cinyanja, cisena, cishona e cisenga respectivamente. E, contrariamente, a que tem menos é a de Nampula, apenas emakhuwa, a que tem mais falantes em todo o país. Concorre para o efeito o facto de emakhuwa ser falada em toda a região Norte e na Zambézia, possuindo, por isso, imensas variantes.
Este repertório etnolinguístico é um factor de riqueza, afinal a cultura engrandece-se na diversidade linguística enquanto veículo de apreensão de saberes, transmissão de conhecimentos e preservação de imaginários.
Foi com a morte de Luís Vaz de Camões, génio patriótico português, que o dia 10 de Junho passou a ser considerado para além do dia das comunidades portuguesas, o dia da língua portuguesa.
É importante referenciar que o idioma tem sua origem no latim vulgar – o latim falado, que os romanos introduziram na Lusitânia, região situada ao sudoeste da Península Ibérica, a partir de 218 a.C.
A língua portuguesa é a quinta língua mais falada do planeta. Por toda a importância dada à mesma, seu ensino agora é bastante valorizado nos países que compõem o Mercosul, e é a língua oficial em diversos países como: Moçambique Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, São Tomé e Príncipe entre outros.
Por: Érica Januário
