A autópsia de Lindani Sanele Myeni, o jogador de râguebi sul-africano de 29 anos abatido pela polícia do Havai em 2021, revela uma doença cerebral degenerativa que teria levado ao confronto fatal com os oficiais.
O Dr. Masahiko Kobayashi, o médico legista de Honolulu que realizou a autópsia ao Sr. Myeni, concluiu que ele morreu de múltiplos ferimentos de bala. Mas disse também que suspeitava que o jogador tinha encefalopatia traumática crónica; ligando o comportamento anormal de Myeni ao seu envolvimento passado em desportos de contacto:
O caso do Sr. Myeni seria simples se eu simplesmente diagnosticasse a causa de morte e determinasse como ocorreu. Mas as circunstâncias eram muito complexas._Determinadas informações circunstanciais e resultados de testes fizeram-me pensar na síndrome da encefalopatia traumática crónica, CTE, porque o seu comportamento e acções eram tão bizarros…nem os resultados da toxicologia nem a sua história médica explicavam o comportamento bizarro ».
Leia também:
- Moçambique: Inundações Na Província De Maputo Podem Piorar
- Psicologia: Seitas Ou Religiões, Quais São As Diferenças?
- Futebol/Argentina: Um Campeão Mundial Argentino No Coração De Um Novo Escândalo
A encefalopatia traumática crónica é uma degeneração progressiva das células cerebrais devido a múltiplos ferimentos na cabeça de atletas ou soldados.
O especialista médico de Harvard Dr Daniel Daneshvar fala-nos mais sobre os sintomas desta doença:
« Os indivíduos que se encontram na terceira fase do CTE tendem a ter problemas de impulsividade, problemas de controlo do seu comportamento, problemas de depressão. Muitas vezes os indivíduos experimentam ansiedade, e por vezes as pessoas têm paranóia ou delírios ».
Para a Viúva de Myeni, este diagnóstico não explica o que realmente aconteceu naquela noite de 14 de Abril de 2021:
« É um pouco como alguém lhe dizer que o seu marido tinha sido assassinado. Mas agora descobrimos que ele tem cancro de fase três ou algo do género. Mas é mais como a primeira fase do cancro, porque a esperança média de vida para esta doença é de 51 anos. Portanto, foi bastante devastador porque senti que alguém estava a dizer: « Ei, ele morreu de racismo aos 29 anos, mas ia ser morto pelo seu desporto favorito aos 50 ou 51 anos de qualquer forma ».
