Desporto/CAN 2023 Em 2024: Três vezes milagrosa, a Costa do Marfim já não tem medo de nada

À beira da eliminação depois de duas derrotas na fase de grupos, a Costa do Marfim fez um milagre atrás do outro na sua Taça Africana. Depois de duas vitórias sobre o Senegal e o Mali, os Elefantes acreditam mais do que nunca no seu destino antes da meia-final contra a República Democrática do Congo, na quarta-feira.

Onde é que a Costa do Marfim vai parar? Depois de ter estado perto da eliminação na fase de grupos, os Elefantes conseguiram um milagre atrás do outro e estão agora nas meias-finais da Taça das Nações Africanas (CAN).

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No entanto, o técnico interino Emerse Faé adverte que os Elefantes não podem se dar ao luxo de serem complacentes antes do confronto com a República Democrática do Congo. Seria um erro pensar assim. Temos consciência de que percorremos um longo caminho. Não podemos descansar sobre os louros e dizer que as coisas sempre darão certo. Temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que os milagres estejam do nosso lado. Os milagres não caem do céu”, alerta o novo técnico do Elefante.

A seguir, relembramos o caminho que levou a Costa do Marfim e a sua seleção de “retornados”, como diz o meio-campista Franck Kessié, à esperança de um triunfo final.

A morte dos elefantes

Antes do tempo dos milagres, houve o tempo das dúvidas. Esperados por toda uma nação para esta edição caseira da Taça das Nações Africanas, os Elefantes começaram a competição sob pressão. Os marfinenses fizeram de tudo para que a segunda edição da Copa Africana fosse sediada na terra dos Akwaba, e esperam que os seus jogadores estejam à altura da ocasião.

Mas nada correu como planeado. A partida de abertura pode ter sido vencida pela modesta Guiné-Bissau (2 a 0), mas os Elefantes pareciam estar em uma situação difícil em campo. As dúvidas se confirmaram com a derrota para a Nigéria (0x1). Mas foi contra a Guiné Equatorial, no último jogo da fase de grupos, que a Costa do Marfim se viu verdadeiramente afundada.

Nesse dia, tudo parecia estar a correr contra a equipa de Jean-Louis Gasset. Apesar de dominarem o jogo, os Elefantes sofreram um golo de Nsué na primeira oportunidade da Guiné Equatorial. O árbitro negou por duas vezes os golos de empate de Ibrahim Sangaré (45ᵉ+1) e Jean-Philippe Krasso (67ᵉ). Depois, a Guiné Equatorial cravou três pregos no caixão e mandou os Elefantes para o cemitério. Placar final: 4 a 0.

Os marfinenses terão então de seguir ansiosamente os últimos jogos de cada grupo, na esperança de encontrarem dois terceiros classificados inferiores a eles, e assim serem apurados. E a situação era crítica: tinham apenas 3 pontos e uma diferença de golos muito fraca (-3).

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Após o jogo, os adeptos marfinenses entrevistados estavam incrédulos e, acima de tudo, não queriam que a equipa fosse apurada. “Para que serve esta equipa?”, disse um deles nas bancadas do estádio de Ebimpé. No balneário, os jogadores permaneceram prostrados durante várias horas e evitaram a imprensa quando saíram. O treinador Jean-Louis Gasset demitiu-se nessa noite.

O primeiro milagre: a repescagem graças a Marrocos

A primeira esperança surgiu no Grupo B. No jogo de atribuição do melhor terceiro lugar, o Gana foi derrotado por Moçambique, com dois golos nos descontos, e terminou em terceiro lugar com apenas dois pontos. “Deus é marfinense”, diziam vários jornalistas locais na sala de imprensa.

Agora temos de esperar que outro terceiro classificado se junte a eles. Os marfinenses só podem esperar para tirar proveito do infortúnio dos outros. Mas no Grupo C, os Camarões estão a fazer um jogo louco para se salvarem. No Grupo E, Mali, Namíbia e África do Sul empatam em 0 a 0 e classificam todos.

Tudo parecia perdido. Mas no último jogo da fase de grupos, Marrocos teve a sorte de vencer a Zâmbia (1-0), que ficou em terceiro lugar do grupo com dois pontos. As bandeiras marroquinas estavam em plena floração em Abidjan…

Durante os dois dias em que os Elefantes estiveram fora da competição, “foi muito, muito difícil para nós”, recorda Serge Aurier: “Estávamos no hotel, era quase como se estivéssemos a raspar as paredes para ir comer.”

O milagre de Yamoussoukro: a façanha contra o atual campeão Senegal


A repescagem não ajudou em nada. Nos oitavos de final, a Costa do Marfim teve de enfrentar um adversário muito difícil: o Senegal, atual campeão, a única equipa que venceu três vezes na fase de grupos.

A nível interno, há uma grande mudança. Emerse Faé foi anunciado como treinador interino para substituir Jean-Louis Gasset, mas ao mesmo tempo a federação está a tentar contratar Hervé Renard, que tem um contrato com a seleção feminina francesa. A confiança é grande.

“Percorremos um longo caminho. A partir do momento em que nos qualificámos, voltámos a concentrar-nos. Tentámos restaurar a confiança do grupo depois de alguns dias difíceis. Tivemos de deixar claro que precisávamos de mais solidariedade e solidez em campo. Era preciso recriar a dinâmica colectiva”, explica Emerse Faé.

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“O provérbio da Costa do Marfim diz: “Um cabri morto não tem medo da faca. Por outras palavras: “Mentalmente, quando se ressuscita como nós, não há nada a temer, por isso é preciso ir em frente”, explica Serge Aurier, um dos líderes do grupo, o único que já venceu a Taça das Nações Africanas em 2015, juntamente com Max-Alain Gradel.

No entanto, o jogo contra o Senegal começou muito mal, com a Costa do Marfim a ser varrida pelos Leões de Teranga, que pareciam estar a jogar três divisões acima deles. Habib Diallo abriu o marcador logo no início e os adeptos do Elefante temeram uma goleada.

Mas aconteceu o contrário. A Costa do Marfim, incentivada pelos 20 mil espectadores em Yamoussoukro, levantou a cabeça e enfrentou os senegaleses com unhas e dentes. A Costa do Marfim teve tudo a seu favor, incluindo a arbitragem: um penalty sobre Isamaila Sarr foi ignorado, enquanto outro foi assinalado, com o VAR a corrigir um erro do árbitro, que pensou tratar-se de uma simulação de Pépé. Franck Kessié empatou de pénalti. A Costa do Marfim ganhou então o desempate por grandes penalidades.

O milagre de Bouaké: “O desânimo não é marfinense”.


Contra o Mali, os marfinenses mostraram mais uma vez que há algo de irracional nesta equipa. A Costa do Marfim evitou um pênalti graças a um providencial sinal de impedimento assinalado pelo VAR, enquanto Yahia Fofana defendeu outro…

Os Elefantes jogaram por mais de 75 minutos com 10 homens após a expulsão de Odilon Kossounou, mas não adiantou. Depois, apesar de Néné Dorgeles ter inaugurado o marcador, a Costa do Marfim foi persistente até ao fim e conseguiu o prolongamento em cima do intervalo. Depois, eliminou o Mali com outro gongo, pouco antes da decisão por penáltis.

“Quando o Mali falhou o penálti, todos nós tivemos essa força”, disse Oumar Diakité, autor do golo da vitória no prolongamento. “Eles marcaram o primeiro golo, e foi complicado para a cabeça, mas comigo a entrar e com a entrada do Simon Adingra (que empatou aos 90 minutos) e do Sébastien Haller, dissemos para nós próprios: ‘É possível fazer alguma coisa'”.

Até o treinador adversário admitiu. “Eles têm essa energia, e porque é disso que precisamos no futebol, esse pouco de sorte. Merecem esta meia-final”, admite Eric Chelle. “Mas a verdade é que a Costa do Marfim percorreu um longo caminho.

“Passámos por momentos difíceis, sobretudo depois do jogo com a Guiné Equatorial, quando fomos insultados. Sentimo-nos sozinhos, mas conseguimos ‘mudar'”, conclui Seko Fofana. “Os campeões conseguem seguir em frente.

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