O jornalista francês Olivier Dubois foi libertado, esta segunda-feira, ao fim de quase dois anos nas mãos de um grupo extremista no Mali. O repórter independente, de 48 anos, declarou aos jornalistas sentir-se « cansado » mas « bem » e agradeceu ao Níger, à França e a todos os que ajudaram na sua libertação.
À chegada ao aeroporto de Niamey, no Níger, quase dois anos depois de ter sido raptado por um grupo extremista no Mali, Olivier Dubois declarou aos jornalistas sentir-se « cansado » mas « bem » e agradeceu ao Níger pelo papel na sua libertação, assim como à França e a todos os que o ajudaram.
A seu lado, livre também ao fim de mais de seis anos de cativeiro, estava o trabalhador humanitário americano Jeffery Woodke. Ele tinha sido raptado a 14 de Outubro de 2016 por grupos jihadistas no Níger e levado para o Mali.
Também no aeroporto, estava o ministro nigerino do Interior, Hamadou Souley, que explicou que « os reféns foram resgatados sãos e salvos pelas autoridades nigerinas antes de serem entregues às autoridades francesas e americanas ».
O jornalista independente de 48 anos esteve preso 711 dias. A notícia da libertação começou por ser dada pelo jornal Libération, do qual ele era correspondente. « Estamos profundamente aliviados e felizes » com este desfecho, anunciou Dov Alfon, director da redacção do Libération. Este foi « o sequestro mais longo de um jornalista francês desde a guerra no Líbano », indicou a organização Repórteres Sem Fronteiras que também falou em « enorme alívio ». « Tivemos novidades reconfortantes várias vezes nestes últimos meses e ainda recentemente: ele parecia em forma, mas a duração da detenção preocupava-nos », declarou o secretário-geral da Repórteres Sem Fronteiras, Christrophe Deloire.
Olivier Dubois estava instalado desde 2015 no Mali e colaborava com vários meios de comunicação social franceses, nomeadamente o jornal Libération e as revistas Le Point e Jeune Afrique. A 5 de Maio de 2021 foi ele próprio quem publicou um vídeo nas redes sociais a anunciar que tinha sido raptado, em Abril, por um grupo extremista em Gao, no Norte do Mali. Tratava-se do Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos, a principal organização jihadista no Sahel e com fortes laços à Al Qaeda.