A China acusou os Estados Unidos e a NATO de constituírem a « maior fonte de risco e instabilidade » para a paz e segurança internacional, em resposta ao comunicado divulgado durante a recente cimeira da Aliança Atlântica.
O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Tan Kefei, afirmou que a organização transatlântica é conhecida por ter o maior arsenal nuclear do mundo e por seguir a doutrina « uso primeiro », ao responder a uma questão, em conferência de imprensa, sobre o documento divulgado pela NATO, na cimeira de Vílnius.
O documento da NATO designa a China como um « desafio sistémico » e pede maior cooperação com os parceiros asiáticos.
O porta-voz considerou que, nos últimos anos, os Estados Unidos « promoveram a partilha de armas nucleares », sob o pretexto de « alegadas ameaças à segurança ».
Tan lembrou que a China segue firmemente uma estratégia nuclear de autodefesa. A doutrina nuclear de Pequim é de ‘não usar primeiro’ armas atómicas. Em caso de conflito, o país usaria aquele tipo de armamento apenas como retaliação contra um ataque nuclear no seu território.
« Instamos a NATO a tomar medidas práticas para diminuir o papel das armas nucleares nas políticas de segurança de cada país e coletiva e manter efetivamente a estabilidade estratégica global », disse o porta-voz, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua.
Tan também criticou a NATO por « interferir nos assuntos internos da China » ao « questionar a soberania e integridade territorial » e « difamar o desenvolvimento pacífico » do país.
« A China não representa uma ameaça para nenhum país, mas não permitiremos que ninguém prejudique os nossos interesses centrais », alertou Tan.
A declaração da NATO, aprovada pelos líderes dos países-membros da organização, aponta que « as ambições declaradas e as políticas coercivas da China desafiam os interesses, a segurança e os valores » da Aliança Atlântica.
Eles acrescentaram que as « operações híbridas e cibernéticas maliciosas da China e a sua retórica de confronto e desinformação visam aliados e prejudicam a segurança da Aliança ».
A organização instou Pequim a condenar a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia ou a abster-se de « apoiar de qualquer forma o esforço de guerra russo ».