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Moçambique/Sociedade: Conflito entre Israel e Irão pode agravar crise económica em Moçambique

Especialistas alertam para o impacto da instabilidade geopolítica no Médio Oriente, com destaque para o aumento do custo de vida num país fortemente dependente da importação de combustíveis.

O conflito armado entre Israel e o Irão pode parecer distante, mas os seus efeitos estão prestes a bater à porta de Moçambique. Economistas nacionais alertam que o país poderá enfrentar uma crise económica profunda, caso a instabilidade no Médio Oriente evolua para um cenário prolongado ou mais violento.

“A situação de instabilidade geopolítica entre Israel e o Irão tem consequências económicas globais imediatas, mas o mais grave é que pode provocar impactos perversos em economias frágeis como a moçambicana”, alerta o economista Clésio Foia, em declarações à imprensa.

Moçambique na linha de fogo económica

Moçambique é um país altamente dependente da importação de combustíveis, especialmente do Médio Oriente. O Banco de Moçambique já havia alertado, em 2023 durante a ofensiva israelita em Gaza, que cerca de 74% dos combustíveis consumidos no país são provenientes dessa região instável.

Neste momento, qualquer ruptura no abastecimento internacional de petróleo ou disparada dos preços no mercado global irá atingir em cheio o bolso dos moçambicanos, com impacto direto no preço dos transportes, bens alimentares, energia e produção industrial.

“Moçambique não é uma ilha. Estamos expostos. Somos importadores líquidos não só de petróleo, mas também de bens de produção. Uma escalada do conflito pode deixar-nos numa situação de escuridão económica total, com inflação descontrolada e ruptura nas cadeias de abastecimento essenciais”, reforça Foia.

Custo de vida poderá tornar-se insustentável

Com os níveis actuais de pobreza e desemprego, uma nova subida dos preços dos combustíveis poderá exacerbar o desespero das populações, provocar protestos sociais, paralisar sectores inteiros da economia e aumentar a pressão sobre as instituições públicas, já debilitadas.

“Estamos diante de uma tempestade perfeita: uma guerra geopolítica, uma economia fragilizada, um povo exausto e um Estado com poucos instrumentos de resposta rápida”, conclui o especialista.

Urgência na diversificação energética

Diante desse cenário, vários economistas defendem que é urgente acelerar a transição energética e apostar seriamente na exploração de gás natural como alternativa sustentável ao petróleo importado, garantindo maior autonomia estratégica para o país.

Sem medidas imediatas, Moçambique poderá mergulhar numa crise de grandes proporções, com repercussões económicas, sociais e políticas difíceis de reverter.

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